Pesquisa avalia refino do óleo do peixe Amazônico rico em Ômega 3


10/05/2013 – A ausência de um setor pesqueiro adequado na região Norte faz com que toneladas de peixes sejam desperdiçadas diariamente. Estudos estão sendo realizados na busca de soluções para essa problemática e, um deles, pretende transformar os resíduos de algumas espécies de peixes amazônicos em óleo rico em ômega 3. A pesquisa faz parte da tese de doutorado que será defendida, no inicio de junho, pelo engenheiro de pesca Hérlon Mota Atayde.

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O estudo verifica o refino em óleo bruto proveniente dos resíduos de peixes amazônicos enriquecidos com enzimas produzidas por fungos, evitando, assim, o desperdício. Outro ganho a ser obtido será a valorização do produto regional, a partir da criação de um selo amazônico para o óleo. A pesquisa ocorre no  âmbito do Programa de Pós Graduação em Ciências Pesqueiras nos Trópicos (PPG- CIPET), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com o título ‘Potencial  Biotecnológico de fungos em óleo de peixe’.

De acordo com Atayde, nem todas as espécies de peixe apresentam o mesmo perfil de ácidos graxos, sendo necessário encontrar uma espécie rica em omega 3. ”Dentro de uma espécie, ao longo do ano, variações podem ocorrer. Algumas espécies apresentam maior conteúdo, outras menor, por exemplo, de ácidos graxos da série ômega 3″, ressaltou.

Os  resíduos dos peixes são processados e passam por um processo de refino em que o óleo bruto recebe tratamento para o consumo. “Sem esse tratamento, o óleo, quando já extraído dos peixes, não pode ser consumido,” afirmou o pesquisador

Os estudos concentraram por meio do refino os ácidos poli-insaturados, como ômega 3, que tem um papel importante na saúde de manter os níveis saudáveis de colesterol e triglicérides do organismo.

Fungo Amazônico

Após o refino dos resíduos de peixes, a pesquisa testou mais de 30 espécies de fungos reconhecidas. E identificou um fungo nativo da Floresta  Amazônica da Coleção de Culturas de Fungos (Micoteca) do Departamento de Parasitologia da Ufam, com um expressivo potencial lipolítico, que não produzia toxinas nocivas ao homem.

A utilização das enzimas produzidas por esse fungo visa  melhorar o potencial lipídico do óleo de peixe. Pretende-se com isso verificar o efeito da ação enzimática.

A identidade do peixe, assim como a do fungo, ainda não podem ser divulgadas, pois o pesquisador tem pretensões de submeter a um pedido de patente.

Benefícios dos ácidos graxos

Podemos encontrar os ácidos graxos sendo comercializado por grandes indústrias farmacêuticas, em cápsulas ou comprimidos como anti-lipídicos, anti-inflamatórios e trombolíticos.  Já na indústria alimentícia, os ácidos graxos são aplicados como aditivos na fabricação de queijos, pães e bebidas.

De acordo com Atayde, dentre os efeitos benéficos atribuídos aos óleos de peixe, “podemos destacar a redução dos triglicerídeos do plasma, inibição da agregação plaquetária, diminuição da viscosidade sanguínea, diminuição da pressão sanguínea e redução da arteriosclerose, artrites, psoríase, asma e tumores”.

A pesquisa durou quatro anos e cinco meses, com a orientação do professor Dr. Antônio José Inhamuns e teve a concessão de bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).

Fonte: CIÊNCIAemPAUTA, por Adriana Pimentel

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