Pesquisa busca conhecer realidades vividas pelas populações do norte e do sul do Brasil


Com pouco mais de um ano de criação, a partir de uma parceria entre o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) em diversos estados brasileiros, os  Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) caminham desenvolvendo pesquisas de ponta por todo o país.

Com aporte de recursos na ordem dos R$ 30 milhões, os institutos aprovados para o Amazonas atuam em pesquisas relacionadas aos ambientes aquáticos amazônicos, a biodiversidade e  potencial biotecnológico da região, aos serviços ambientais para a preservação da floresta, ao manejo florestal e  à antropologia. Esta última, por meio do INCT Brasil Plural Novas Realidades Brasileiras – A Amazônia e o Sul do País.

/O Instituto se caracteriza pelo esforço conjunto de vários campos e especialidades da antropologia, com a finalidade de rediscutir a  imagem sociocultural do Brasil, a partir da comparação entre a Amazônia e o sul do país e que, ao ultrapassar as ilusórias fronteiras entre as temáticas, redimensione  a ideia de que, a Amazônia se constitui apenas como uma “fronteira” (nos vários sentidos do termo, como geográfico e sociológico) invisível e insidiosa, enquanto o sul do  Brasil é um lócus de realidades humanas já plenamente estruturadas e estáveis.

Para a professora da Ufam, Deise Lucy, que coordena o INCT no Amazonas, a região amazônica, por motivos óbvios e justificadamente, tem sido estudada e é reverenciada no imaginário nacional e internacional por sua natureza exuberante.

“O objetivo maior do Instituto é desenvolver, em ambas as regiões, um programa comparativo de pesquisas que permita sustentar, por um lado, atividades de formação avançada de cientistas sociais com uma visão mais ampla e articulada das várias realidades brasileiras e, por outro lado, um conjunto de ações de divulgação e extensão e de subsídios para ações de intervenção e de políticas públicas”, destaca.

Segundo a professora, o INCT Brasil Plural se destaca dos demais por ser compartilhado com outra FAP,  a de Santa Catarina.

“Fapeam, Fapesc e CNPq partilham o financiamento deste instituto que contempla um amplo campo de pesquisas, de formação, de extensão e de intervenção, de natureza profundamente comparativa entre duas situações geograficamente distantes de uma mesma macro-realidade nacional, cujo horizonte é a articulação de pesquisadores na fecundação recíproca entre os conhecimentos produzidos sobre cada uma das regiões e a mútua imbricação entre todas as atividades de formação, de extensão e de intervenção nessas diferentes situações socioculturais”, destaca.

Metas

/Uma das metas do Instituto Brasil Plural é a consolidação do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Ufam. Os pesquisadores estão desenvolvendo cursos de Pós-Graduação e eventos que reunirão pesquisadores dos dois estados-sede do Instituto, de outros estados do Brasil e até de convidados internacionais.

Ao todo, o projeto envolve 52 participantes efetivos dos grupos de pesquisas, além de alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado que no total somam mais de 100 pesquisadores.

“Na área de ciências humanas e na antropologia, como é o caso deste instituto, os nossos ‘equipamentos’ são os livros, por isso estamos investindo na compra desse material e na pesquisa de campo”, explica a pesquisadora.

Ao final das atividades, em 2011, os projetos dos INCTs devem apresentar resultados concretos e práticos promovendo, além da produção científica, a formação de mestres e doutores para a região amazônica, realização de cursos e oficinas e ainda o desenvolvimento tecnológico e de inovação com a identificação de produtos com potencial e valor comercial para a sociedade.
Áreas de atuação

O caráter comparativo com as realidades do Sul do Brasil é interessante para dirimir certas ideias  que pesquisas sistemáticas demonstram. Para isso o estudo da região é baseado nos eixos temáticos do Instituto Brasil Plural, que contempla diversas áreas, entre elas: – Práticas Corporais, Atenção à Saúde e Práticas Terapêuticas; – Comunidades tradicionais e modos alternativos de sociabilidade; – Patrimônios Culturais Materiais e Imateriais, Práticas Rituais e Performances; – Novos Movimentos Sociais, Reivindicações Identitárias e Políticas de Reconhecimento; – Gênero, sexualidades e cidadania; – Violências, conflitualidade, segurança pública, cidadania e Direitos Humanos e Educação e diversidade cultural,
Para outras informações sobre o INCT, clique aqui.

Arte 1 – Logo do INCT (Divulgação)
Foto1 – Ribeirinhos da Amazônia (Foto: Carline Piva)  

Ulysses Varela – Agência Fapeam

 

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