Pesquisa científica utiliza a prática do vôlei como ferramenta
Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa Ciência na Escola, busca conhecer os benefícios do vôlei no âmbito escolar. Coordenado pelo professor Fábio Luiz Veras Ribeiro, o estudo está em desenvolvimento junto aos alunos do Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Elisa Bessa Freire, localizado no bairro de Jorge Teixeira, zona leste de Manaus.
A equipe é formada por cinco alunos bolsistas, todos desportistas e selecionados por já terem praticado alguma modalidade esportiva. Segundo o professor coordenador do projeto, o fato do vôlei ter sido escolhido como ferramenta de pesquisa, envolve o lado pessoal e também o lado estratégico. “Sou professor de geografia e não de educação física, mas durante muitos anos já fui jogador de vôlei profissional, por isso posso falar com propriedade sobre os benéficos que a prática desse esporte pode proporcionar aos participantes. Sem falar que o vôlei só pode ser praticado em grupo e só isso já é um passo para incentivar o aprendizado do trabalho coletivo e em equipe”, comentou Ribeiro.
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Não há dúvida de que o vôlei é um dos esportes que mais vem se desenvolvendo no âmbito nacional, e que tem atraído cada vez mais adeptos. Eis aí, mais um motivo para transformá-lo em instrumento de auxílio à pesquisa científica e unir o útil ao agradável. De acordo com Ribeiro, o foco não será o vôlei, mas sim o conhecimento sobre fisiologia, coordenação motora e condicionamento físico. “O objetivo do projeto, entre outras coisas, é fazer com que os bolsistas saibam que músculos estão sendo trabalhados, que tipo de movimento é realizado, força e o ângulo correto para se aplicar na bola, ou seja, usar métodos científicos para abordar os aspectos físicos e psicológicos que a atividade proporciona”, disse o coordenador.
Antes de encarar as quadras, o primeiro passo realizado pelos cientistas, foi mergulhar nos livros, pesquisar as bibliografias e os artigos para dar o embasamento teórico necessário, visto que o conhecimento prático vai muito bem obrigado. Tanto desempenho, já está chamando atenção até de colegas de outras escolas. “O nosso projeto está dividido em seis partes e atualmente estamos desenvolvendo a fase dois, que consiste no estudo teórico do esporte antes de começarmos nossas aulas práticas. Nossa equipe está bem unida e o bom é que, por meio do nosso projeto, outros alunos também já se interessaram em participar do Programa Ciência na Escola”, afirmou Camilla Santos, a única mulher no grupo.
Metodologia e resultados
A equipe se reúne uma hora por dia e quatro vezes por semana, de acordo com Ribeiro. A ideia é fazer com que cada cientista possa encontrar seu lugar no grupo, fazendo ciência de um modo diferente, saindo do tradicional. “No vôlei, cada jogador tem uma função e um objetivo específico. Da mesma maneira, planejamos trabalhar a ciência dentro do esporte, mostrando que a ciência não se faz apenas dentro do laboratório. Para isso, primeiro o cientista junior tem que buscar sua própria capacitação e qualificação, obtidas por meio de pesquisa e muita leitura”, comentou.
Entre os resultados esperados ao final do projeto estão: estudar os músculos que são mais trabalhados e fazer uma comparação com a estrutura muscular antes e depois do projeto; analise técnica e tática do jogador; medição do Índice de Massa Corporal (IMC); aprimoramento do condicionamento físico (força, velocidade e impulsão do atleta); e etc. “Há muito de física e biologia no vôlei, por isso pretendemos aproveitar esse lado científico do esporte e fazer um levantamento completo não só da biometria, mas também estudar as melhorias que o vôlei traz tanto na alimentação correta, quanto também na socialização do aluno ensinando-o a trabalhar em equipe”, finaliza Ribeiro.
Érico Pena – Programa Ciência na Escola / Fapeam