Pesquisa com abelhas sem ferrão é desenvolvida no âmbito do PCE


08/06/2011 – Por meio do Programa Ciência na Escola (PCE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), estudantes da Escola Estadual Maria Madalena são estimulados a desenvolver pesquisas científicas básicas, transformando o conhecimento teórico em algo simples e dinâmico, possibilitando uma viagem além das fronteiras do livro. Um exemplo disso é o projeto ‘Estudos Morfológicos Externos com Abelhas sem Ferrão (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) da Região Amazônica’, coordenado pela professora de Biologia Janeide Dantas.

O projeto visa incentivar o consumo natural de produtos da Região Amazônica, o que irá proporcionar aos alunos e à comunidade uma alternativa de nutrição e renda, visto que o mel é considerado um dos alimentos mais saudáveis para os seres humanos, servindo tanto como fonte energética quanto no combate  doenças. Leva-se em conta que a demanda do consumo de mel, própolis e geleia real é um fator determinante para o incentivo à criação de abelhas no Amazonas.  /

Segundo a professora, a pesquisa será desenvolvida por estudantes do 3° ano do Ensino Médio, que ao final, conhecerão mais sobre a morfologia (estudo da forma) destes insetos; técnicas básicas de entomologia; comportamento; manejo e cuidados com a colmeia; organização de grupos sociais dos insetos (abelhas) e nutrição das abelhas. “A meta é incentivar os alunos a pesquisar, observar, construir e aprender os métodos científicos”, afirmou.

Dantas afirmou, ainda, que o grupo de pesquisa apresentou, em 2009, resultados sobre alimentação artificial para maior produção de mel. Em 2010, foi estudado como a alimentação artificial influenciava na reprodução da rainha. Em 2011, estudaremos a morfologia (estudo da forma) das abelhas sem ferrão, algumas técnicas básicas de entomologia com objetivo de conhecer melhor esses insetos nativos da região.

Etapas da pesquisa

O projeto será desenvolvido de junho a novembro no laboratório de pesquisa e meliponário da própria escola, localizada no bairro Armando Mendes, zona Leste de Manaus.

Uma colmeia de abelha da espécie Melipona seminigra merrillae será utilizada para os estudos morfológicos e, por meio de técnicas de captura, serão selecionadas algumas abelhas operárias e acondicionadas em vidro com tampa com álcool a 70%. Em seguida, serão cortadas com bisturi as partes maiores (cabeça, tórax e abdome) e colocadas com uma pinça em uma placa para um estudo detalhado da superfície externa, com o auxílio de um microscópio óptico e lupa. Cada parte corporal será desenhada e, posteriormente, fotografada e identificada com o apoio de manuais e livros de entomologia. Os resultados do projeto serão apresentados na Mostra Pública em local a ser definido pela FAPEAM.

Ideia surgiu do fascínio pelas abelhas

De acordo com a professora, o primeiro contato de pesquisa com as abelhas sem ferrão foi no estágio realizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), quando ainda era graduanda. “Achei impressionante o papel das abelhas no ecossistema onde vivem. Elas ponilizam até 90% das flores (dependendo do ecossistema),  proporcionando, com essa função, a produção de frutos e a variabilidade das espécies, mantendo a biodiversidade da floresta amazônica e fornecendo um mel delicioso, que é uma fonte de alimento e renda para os meliponicultores”, destacou.

Desafio é mostrar a importância do inseto

Para a professora, a maior dificuldade é mostrar a importância das abelhas sem ferrão para as pessoas, visto que ainda há o conceito errôneo de que as abelhas são perigosas e podem matar. “Nossas abelhas possuem ferrão atrofiado que não causa nenhum mal para quem entra em contato com elas, além de terem o mel mais saboroso que as abelhas com ferrão, sem comentar a função ecológica desses insetos”, afirmou Dantas.

Imagem 2:divulgação

Redação: Nefa Costa

Edição: Fábio Guimarães – Agência FAPEAM

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