Pesquisa contra dengue ganha mais recursos
A Frente Parlamentar para apoio e desenvolvimento da biotecnologia realizou, na última semana de maio, um encontro entre parlamentares, reitores de universidades e representantes de instituições de apoio à pesquisa brasileiras a fim de discutir diretrizes para o controle e combate à dengue no país. O presidente da frente, deputado Uldurico Pinto (PMN-BA), afirmou que um mosquito não pode derrotar um país, lembrando que as pesquisas precisam de recursos para serem realizadas. “A produção científica brasileira está em 13º no ranking mundial. Sabemos da importância das instituições de pesquisa e queremos chamá-las para participar deste processo”, afirmou.
O encontro teve o objetivo de reunir os diversos resultados já alcançados pelas instituições de pesquisa que atuam nessa área, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e os órgãos do Ministério da Saúde. Com as apresentações, a Frente pretende definir estratégias e ações de controle e combate ao transmissor e à doença, de modo a reduzir a proliferação do mosquito nas diversas regiões brasileiras e diminuir o aparecimento dos casos da doença.
Ações com resultados
De acordo com os dados apresentados no evento, o número de casos de dengue no Brasil tem aumentado consideravelmente. Em 2004 eram 72 mil casos registrados, em 2008 saltou para 585 mil. “Com o aumento do número de casos no Brasil, as ações e mobilizações para o apoio ao desenvolvimento de pesquisas em dengue tornam-se cada vez mais importantes”, afirmou o presidente do CNPq, Marco Antonio Zago, que apresentou os resultados que a agência tem alcançado nesta área.
Mosquitrap
Segundo Zago, as pesquisas em dengue buscam o conhecimento do agente para a produção de vacinas, o controle de vetores para combater a transmissão e a epidemiologia populacional, além de definição de métodos diagnósticos de tratamentos para o hospedeiro, no caso, o homem.
Para apoiar estas pesquisas, o CNPq, em parceria com o Ministério da Saúde, lançou um edital em 2003, que apoiou 39 projetos, com um montante de R$ 4 milhões, e em 2006, apoiando dois projetos com um montante de R$ 1,5 milhão.
Como resultado de um projeto do edital de 2003, os pesquisadores do CNPq conseguiram desenvolver uma armadilha para o mosquito da dengue, chamada de Mosquitrap, já comercializada na região Sudeste e Nordeste do país.
Além dos editais, o CNPq também conta com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Pesquisa sobre a Dengue, que está desenvolvendo projetos em parceria com diversas universidades do país, além de promover interação com o setor produtivo.
A novidade apresentada pelo presidente do CNPq é o lançamento, que acontecerá no segundo semestre deste ano, da primeira chamada pública para apoiar projetos dentro da Rede de Pesquisa contra a Dengue, uma rede formada em parceria com Fundações de Amparo à Pesquisa de 15 estados brasileiros.
Além das ações apresentadas pelo CNPq, os parlamentares também puderam conhecer os resultados dos projetos desenvolvidos pela Embrapa, como o inseticida biológico Bt-horus, desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceria com a empresa do Distrito Federal, Bthek Biotecnologia, e apoio do CNPq, além de diversas ações realizadas pelo Ministério da Saúde.
Outras informações:
Frente Parlamentar para o Apoio e Desenvolvimento da Biotecnologia
Coordenador: Deputado Uldurico Pinto
Telefone: (61) 3215-5446
Fonte: Site do CNPq