Pesquisa desenvolve corante a partir da polpa do açaí


Corante natural à base de açaí pode ser usado na pigmentação de alimentos e cosméticos

Pesquisa desenvolve corante a partir da polpa do açaí

Um estudo desenvolvido com apoio do Governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), desenvolveu a partir da polpa do açaí, fruto típico da Região Amazônica, um corante natural para aplicação em cosméticos e alimentos.

A pesquisa durou um ano e foi desenvolvida na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) pela estudante Rebbeka Danyelle Silva sob a coordenação do pesquisador, Emerson Lima, no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Amazonas (Paiti/AM) da Fapeam.

De acordo com o Emerson Lima, com o estudo foi possível produzir um extrato hidrossolúvel (solúvel em água) a partir da polpa do açaí que pudesse ser rico em antocianinas, pigmentos naturais conhecidos e presentes também em outras frutas.

Pesquisa desenvolve corante a partir da polpa do açaí

Segundo o pesquisador, o corante produzido se mostrou estável preservando a cor, e pode ser aplicado na pigmentação de alimentos e cosméticos.

A extração desse pigmento a partir do açaí ainda é um processo que está em desenvolvimento e a exploração biotecnológica ainda requer mais estudos, explicou o pesquisador. Ele disse que o corante produzido se mostrou estável, preservando a cor, e pode ser aplicado na pigmentação de alimentos e cosméticos.

“Conseguimos ver também alguns aspectos dessa estabilidade como a extração em diferentes condições de luz, temperatura e pH e que ele pode ser armazenado. Então nós conseguimos o mais importante, que é um alto teor de antocianinas”, disse o pesquisador.

A estudante de Engenharia Química da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Rebekka Danielle Silva, disse que fez uma comparação do produto com os pós comercializados em alguns empórios de Manaus e detectou a falta de propriedades descritas no rótulo do produto.

“Hoje em dia se fala muito em vida saudável, mas encontramos nos pós comerciais a falta de propriedades como oxidantes que fazem bem para o corpo. Comparamos com o de açaí feito pela nossa equipe e o nosso preservou as propriedades nutricionais, o que é bom para a saúde”, disse.

A pesquisa ganhou menção honrosa durante o Seminário Internacional de Tecnologia e Sustentabilidade (Sintes), que aconteceu no mês de maio, na Ufam, que debateu sobre a biodiversidade e cidadania para conectar as pessoas.

Esse é terceiro projeto de iniciação científica que a estudante participa. De acordo com ela, a execução de projetos de pesquisa com apoio da Fapeam é fundamental para a sua trajetória acadêmica e profissional.

“A Fapeam me ajudou muito. Atualmente, estou fazendo o projeto de conclusão de curso e chego ao fim da graduação bem madura e familiarizada com a execução de projetos. Além disso, é muito bom desenvolver uma pesquisa e fazer com o que ela chegue até a população”, disse Rebekka.

Transferência de tecnologia

O estudo desenvolvido já ultrapassa as portas do laboratório. Atualmente, a equipe de pesquisa em parceria com a empresa Bombons Finos da Amazônia analisa a utilização do corante natural de açaí na confecção de bebidas.

“Eles querem desenvolver uma bebida de açaí. Queremos fazer uma escala maior sobre esse estudo para que esse produto possa ser aplicado na indústria e possa ter outras aplicações no mercado”, disse Emerson Lima.

Esterffany Martins / Agência Fapeam

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