Pesquisa desperta noção de sustentabilidade entre jovens do Alto Rio Negro


22/03/2012 – Estudantes do Ensino Médio do interior do Amazonas estão aprendendo a reutilizar o lixo gerado dentro da escola. Eles criaram uma forma de reaproveitar tanto o lixo reciclável quanto o material orgânico produzido pela escola e na comunidade.

A partir do material reciclado (jornais, garrafas PET, plásticos, alumínio, etc.) eles estão produzindo artesanato e, com o auxílio das técnicas da compostagem, estão utilizando os restos de alimentos para produzir adubo orgânico para ser utilizado na horta escolar.

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Os resultados destes projetos como porta-guardanapo, porta-joias, espelho decorado, cestos, bolsas, entre outros, além dos vegetais orgânicos colhidos na horta da escola foram apresentados na própria comunidade como resultados positivos dos seis meses de duração dos projetos do PCE=FAS.  Os trabalhos contaram com recursos do Governo do Estado do Amazonas, disponibilizados por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), em parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

Os projetos intitulados ‘A prática da reciclagem: um meio de redução do lixo’ e ‘Agricultura sustentável: a prática da compostagem’ tiveram início no segundo semestre de 2011, e já foram concluídos. As atividades foram desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Alto Rio Negro, na Escola Estadual Thomas Eugene Lovejoy.

Reciclagem

De acordo com a professora e coordenadora do projeto de reciclagem, Izolena da Silva Garrido, a ideia surgiu após observar a grande quantidade de lixo gerada na comunidade, sem ter o manejo correto destes resíduos.

“O lixo produzido tanto na escola quanto na comunidade chamou a minha atenção, então pensei o que fazer com esse lixo, resolvemos desenvolver esse projeto com o manejo e a redução de resíduos por meio da prática da reciclagem. Além de proporcionar uma alternativa de renda a partir dos produtos”, informou Garrido.

Na prática os materiais para confecção dos produtos foram separados e trazidos pela comunidade e alunos. Com a ajuda de um artesão, morador do local, os estudantes tiveram oficinas para aprender a confeccionar novos produtos. “Os alunos produzem os materiais que são vendidos para gerar renda. Com o dinheiro eles compram novos materiais como pincéis e tintas, além de investir em cursos profissionalizantes”, revelou.

Para a estudante e bolsista de iniciação científica envolvida no projeto, Patrícia Suelem de Macedo, o estudo a ajudou a entender mais sobre a reciclagem e os benefícios disso para a sociedade, além de reutilizar matérias-primas de modo correto. “Participar do projeto foi muito bom pra mim, adquiri conhecimentos e experiências que nunca pensei em ter acesso, como criar objetos úteis em nosso dia a dia, a partir de materiais vindos do lixo”, informou a estudante.

Produtos orgânicos

Pensando no reaproveitamento do lixo orgânico a professora Iolanda de Jesus dos Santos decidiu usar as técnicas de compostagem para dar uma finalidade sustentável para as sobras de alimentos do refeitório escolar, dessa forma criou, com ajuda de um técnico em Agronomia uma horta sustentável.

Segundo Santos, um dos objetivos do projeto é proporcionar a melhoria da qualidade de vida dos estudantes e da comunidade. Ela explicou que no início os alunos não aceitaram muito a ideia, porém alguns ficaram curiosos para saber como se dá a produção do adubo orgânico utilizando restos de alimentos.

“No começo eles não acreditavam que era possível essa criação, mas o avanço foi rápido, tanto que no final eles ficaram cada vez mais envolvidos com o projeto”, declarou Santos.

A professora informou ainda que os resultados foram positivos, tanto que os legumes produzidos pela horta foram utilizados no preparo das refeições dos alunos na própria escola. “Alguns estudantes envolvidos no projeto gostaram tanto da oportunidade que já criaram a suas próprias hortas em casa”, finalizou.

Sobre o PCE/FAS

O programa consiste em apoiar a participação de professores e estudantes da educação básica e de jovens e adultos em projetos de pesquisa desenvolvidos nas escolas públicas estaduais sediadas no Amazonas e localizadas nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDSs) do Juma, Rio Negro, Uatumã e Mamirauá.

Redação: Esterffany Martins

Edição: Ulysses Varela –  Agência FAPEAM

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