Pesquisa identifica substância que pode ajudar no diagnóstico da tuberculose
16/03/11 – Rádio Com Ciência – A tuberculose é uma doença infecciosa que atinge os pulmões. A doença, uma das mais antigas da humanidade, é considerada grave se o paciente não fizer o tratamento de forma adequada. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Amazonas e o Rio de Janeiro são os estados brasileiros que apresentam as maiores incidências da doença.
A baciloscopia da tuberculose é a primeira linha de diagnóstico para a identificação do bacilo, que indica o resultado positivo da doença e foi desenvolvida em 1882. Com o passar do tempo sofreu apenas aprimoramentos e é utilizada até os dias atuais. O procedimento cora os bacilos encontrados em secreções, como o escarro, de pacientes que se submetem ao exame da tuberculose.
A substância utilizada há mais de 120 anos para corar os bacilos é a fucsina que é cancerígena. No processo tradicional a fucsina é utilizada juntamente com o fenol que também apresenta perigos à saúde de quem manipula os exames.
Esses produtos, ao serem despejados na rede de esgotos, sem ter passado por tratamento de efluentes, podem inclusive contaminar o meio ambiente.
A doutora em biotecnologia, Luciana Botinelly Fujimoto, procurou outras alternativas para o diagnóstico da tuberculose. Ela testou 12 substâncias naturais menos tóxicas que a fucsina e também retirou o fenol, buscando uma técnica mais segura. Após os testes, ela comprovou que uma das substâncias é eficaz e que pode ser utilizada para diagnosticar a doença.
A pesquisa “Avaliação de corantes alternativos para uso do diagnóstico baciloscópico de Tuberculose” recebeu o incentivo financeiro da FAPEAM por meio do Programa Integrado de Pesquisa e Inovação Tecnológica (PIPT). O estudo foi tese de doutorado do Programa de Pós-graduação da Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e foi desenvolvida no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que realiza pesquisas voltadas à tuberculose desde a década de 80. O trabalho foi submetido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) para que o processo seja patenteado.
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Edilene Mafra e Orestes Litaiff – Rádio com Ciência / Agência FAPEAM