Pesquisa revela espécies de árvores que podem ser usadas no ramo industrial
13/02/2012 – Apesar do manejo florestal sustentável se mostrar uma solução tecnológica adequada para região amazônica, a exploração seletiva de algumas árvores tradicionais utilizadas para fins comerciais vem ocasionando a escassez de algumas espécies madeireiras. Uma pesquisa realizada sobre as propriedades físicas e mecânicas de três espécies de madeiras tropicais brasileiras, breu-vermelho, pequiarana e tauri-vermelho, revelou que é possível utilizar essas madeiras no ramo industrial.
A pesquisa intitulada ‘Estudo das propriedades físicas e mecânicas de três espécies florestais’ foi realizada pela engenheira florestal Juliana Brandão, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para obtenção do título de mestre em Ciências Florestais e Ambientais, Linha de Pesquisa Manejo e Tecnologia de Recursos Florestais.
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O estudo contou com apoio do Governo do Estado do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa Institucional de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu (Posgrad), que apoia com bolsas de mestrado ou doutorado instituições localizadas no Amazonas.
Manejo florestal
O manejo florestal é uma alternativa sustentável para a exploração da madeira, pois assim ela é realizada de forma planejada e com a finalidade de proteger a floresta para um novo ciclo de corte. Brandão explica que a exploração desregrada de algumas árvores tradicionais vem ocasionando a extinção de algumas espécies.
“É necessário melhorar o aproveitamento máximo das potencialidades de determinada árvore. As espécies exploradas para fins comerciais são poucas, sendo que há muitas outras com o mesmo potencial de uso”, declarou.
Realização da pesquisa
A pesquisa avaliou as propriedades físicas e mecânicas das três espécies: breu- vermelho, pequiarana e tauri-vermelho. Para a realização do estudo foram abatidas uma árvore de cada uma dessas espécies, que foram exploradas de áreas de manejo florestal pertencentes à empresa Precious Woods Amazon, que fica localizada no município de Itacoatiara.
A cidade foi escolhida devido ao clima do município ser característico da região tropical por possuir apenas duas estações definidas: inverno (época de chuva) e verão (calor intenso).
Segundo a pesquisadora, de cada árvore selecionada foram coletados dados como comprimento e feito o desdobramento da madeira. Em seguida, a árvore passou pelo processo de estufa e secagem e depois foi transportada para marcenaria do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) onde foi realizada a confecção do corpo de provas para os ensaios físicos e mecânicos. Depois de encerrado esse processo, as amostras foram enviadas para o laboratório técnico de madeira no Paraná, onde foram concluídos os testes.
Resultados
Os resultados obtidos pela pesquisa mostram que as espécies pequiarana e tauri-vermelho possuem potencial para serem usadas em projetos estruturais como janelas, móveis, instrumentos musicais, marcenaria e também como divisórias e batentes. Já a espécie breu-vermelho possui uma estabilidade dimensional para ser usada nas mesmas finalidades acrescentando-se também seu uso na carpintaria, marcenaria, lambris, molduras e rodapés. A pesquisadora informa que durante o processo de refino, as espécies podem sofrer alterações .
“A espécie breu-vermelho pode apresentar durante o programa de secagem pequena tendência a rachaduras superficiais, encanoamento, torcimento encurvamento médio. No entanto a tauri-vermelho e a pequiarana possuem alta e média estabilidade dimensional quando são secadas em estufa”, declarou Brandão.
Apoio da FAPEAM
Brandão informa que a bolsa concedida pela FAP foi de grande importância para o desenvolvimento da pesquisa.
“Não existem muitos financiamentos para esse tipo de pesquisa. A FAPEAM através do Posgrad, permite esse apoio que nós precisamos na parte da ciência e tecnologia”, informou.
Sobre o Posgrad
Esse programa consiste em apoiar, com bolsas de mestrado e doutorado, e auxílio financeiro, as instituições localizadas no Estado do Amazonas que desenvolvem programas de pós-graduação stricto sensu credenciados pela Capes.
Foto 1: Breu-vermelho (Divulgação)
Foto 2: Pequiarana (Divulgação)
Redação: Esterffany Martins
Edição: Jesua Maia – Agência FAPEAM