Pesquisador destaca aspectos positivos e negativos das cobras
23/10/2010 – O trabalho intitulado “Incrível diversidade de cobras: você sabia que a maioria delas é inofensiva?”, foi tema de uma das palestras apresentadas durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Amazonas (7ª SNCT), no auditório do Sesi (Clube do Trabalhador).
A apresentação do tema foi feita pelo mestre em Ecologia, Rafael de Fraga, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Segundo ele, a porcentagem de cobras que podem prejudicar o homem na região de Manaus é considerada baixa, mas a cobra jararaca, espécie abundante no município de Manaus, pode causar acidentes. “Cerca de 90% dos acidentes são causados por essa espécie”, destacou.
Desinformação
O desconhecimento e a falta de informação são fatores que contribuem para criar medo nas pessoas ao ver uma cobra. As cobras são animais que, invariavelmente, despertam sentimentos negativos. Por conta disso, mitos e histórias transformam esses animais em seres enigmáticos.
Segundo Rafael, desmitificar essa ideia, principalmente para o público jovem, é importante. “As pessoas pensam que as cobras são animais perigosos e que podem até matar. Isso causa um medo terrível, fazendo com que as elas matem indiscriminadamente esses animais, tanto nas cidades quanto nas comunidades do interior. E nem sempre isso é necessário”, comentou Rafael, que também ressaltou a importância de apresentar essa temática num evento como a 7ª SNCT.
Ele destacou ainda que quando o homem destrói o habitat de cobras a probabilidade de encontrá-las é bem maior, e que entre elas existem as peçonhentas, cobras potencialmente venenosas e causadoras de acidentes.
A grande maioria dos acidentes ofídicos ocorridos no Brasil são causados nos membros inferiores (pernas) das vítimas. Para evitar os acidentes Fraga recomenda o uso de botas ou de uma peneira de couro o que reduz consideravelmente o risco de um acidente. "É bom saber onde pisar e nunca mexer com elas. Para quem mora na área rural é sempre bom manter limpo o entorno da residência e as trilhas de acessos”, disse.
Para o pesquisador, a dificuldade para a academia é popularizar a ciência. Ele acredita que a transformação do trabalho científico realizado nas instituições de pesquisa em uma linguagem popular e acessível é um dos desafios a serem vencidos.
Sebastião Alves – Agência Fapeam