Pesquisador explica a importância da Ergonomia para o Amazonas

10:09 - 14/02/2013

14/02/2013 – No período de 30 de maio a 2 de junho a capital amazonense vai sediar a primeira edição do ‘International Congress of Biomechanics and Ergonomics (Bioergonomics)’ promovido pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA) com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas (Parev).

O evento está sendo organizado pelo doutorando na Engenharia de Produção da (UFSC) – Sub-área de Ergonomia, com Mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e professor Concursado da Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Jansen Atier Estrázulas, que tem experiência na área da Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: Ergonomia, Estatística, Cinesiologia, Biomecânica, Metodologia da pesquisa.

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Em entrevista exclusiva a Agência FAPEAM Estrázulas esclarece sobre a área da Ergonomia e a relevância do congresso para o Estado do Amazonas.

Agência FAPEAM – No mês de maio o senhor irá coordenar a primeira edição do ‘International Congress of Biomechanics and Ergonomics (Bioergonomics)’ promovido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) com o apoio da FAPEAM. O que é ergonomia e qual a importância da discussão desse tema aqui no Estado no Amazonas?

Jansen Atier Estrázulas – A Ergonomia é uma área que busca entender melhor a interação entre o homem e algum objeto ou utensílio. Mais especificamente a Ergonomia aplicada ao trabalho, busca melhorar a qualidade de vida do homem em seu ambiente de trabalho. Desta forma, a Ergonomia é um tema imprescindível para o Amazonas, que tem o segundo maior Pólo Industrial do Brasil e, por isso, apresenta muitos problemas relacionados a saúde do trabalhador e acidentes durante os turnos de trabalho.

AF – Como este tema vem sendo aplicado aqui na região?

Estrázulas – Temos na região muitos profissionais atuando na área (Médicos, Fisioterapeutas, Educadores Físicos, Engenheiros e Enfermeiros). Entretanto temos poucos eventos/cursos de capacitação na região. Sendo assim, muitos desses profissionais acabam tendo a necessidade de buscar essa capacitação em outros locais, como no Sul e Sudeste do Brasil.

AF – Qual é o órgão nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e saúde ocupacional?

Estrázulas – Nós temos o órgão “máximo” sendo o Ministério do Trabalho, onde constam as normas regulamentadoras relacionadas ao trabalho e referentes à Ergonomia e a segurança do trabalho. Temos também a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, as delegacias regionais do trabalho, além do próprio Ministério Público fazendo a fiscalização.

Também existem muitas causas trabalhistas que partem de um procurador específico, como é o caso do Dr. Sandro Sarda, Procurador do Trabalho de Santa Catarina que vem para nosso congresso falar sobre os casos dos Frigoríficos. Para Coordenar dentro de uma empresa estas atividades temos uma equipe multidisciplinar formada por Médicos, Fisioterapeutas, Engenheiros, entre outros, que buscam a melhoria das condições de trabalho, bem como a saúde do trabalhador.

AF – Há quanto tempo o senhor trabalha nesta área?

Estrázulas – Iniciei os estudos em Biomecânica, base para Ergonomia, na graduação na Universidade Federal de Santa Maria em 2000. Mas especificamente na área de Ergonomia quando cheguei em Manaus em 2006. Comecei atuando como Professor na Pós-graduação em Medicina do Trabalho em uma Instituição privada de Manaus. Depois naturalmente as oportunidades de avaliação biomecânica e ergonômica em empresas foram surgindo.

Após verificar essa necessidade de profissionais qualificados na região, fui em busca de qualificação e consegui a aprovação no Doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina em 2012, que é na sub-área de Ergonomia, dentro do Programa de Engenharia de Produção da UFSC.

AF – Na sua opinião, no período em que a população avança junto com a modernidade, como a ciência e tecnologia vem contribuindo para a saúde do trabalhador?

Estrázulas – Acredito que temos cada vez mais condições materiais e científicas para contribuir com a saúde do trabalhador. Além disso, temos a solidificação das normas regulamentadoras que auxiliam neste processo. Entretanto, temos um aumento dos adoecimentos comprovados através do crescente do número de afastamentos do trabalho. Este aumento é considerado por pesquisadores um problema relacionado ao sedentarismo por consequência dos avanços tecnológicos, além é claro, das condições ergonômicas no ambiente de trabalho.

Mais informações sobre o evento clique aqui

Janaina Karla – Agência FAPEAM