Pesquisadoras contam suas trajetórias na ciência em webinar promovido pela Fapeam


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Cientistas mulheres que atuam no desenvolvimento de pesquisas no Amazonas compartilharam suas jornadas no campo científico, nesta sexta-feira (5/3), durante o Webinar “Trajetória na Ciência: Experiências, Desafios e Perspectivas”, promovida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), exibido no Canal do Youtube da instituição.

A atividade integra as ações da Fapeam em referência ao movimento Mulheres  Meninas  na ciência, que visa incentivar uma maior participação feminina no campo da pesquisa. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres.

O webinar mediado pela jornalista Marlúcia Seixas, contou com a participação das pesquisadoras Deuzilene Marques do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e Noemia Ishikawa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Durante o encontro, as pesquisadoras relataram como foi o ingresso na pesquisa e o trabalho desenvolvido por elas dentro das suas instituições.

A pesquisadora do Ifam Deuzilene Marques realiza estudos voltados para a educação profissional e tecnológica. Atualmente, desenvolve o projeto intitulado “Observatório Juventude e Educação Profissional e Tecnológica”, o qual objetiva o mapeamento, a sistematização, a análise e a difusão do conhecimento de informações sobre a juventude e a educação profissional, com interface na inclusão e o desenvolvimento regional no contexto amazônico.  O estudo é apoiado pela Fapeam, por meio do Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas).

Segundo Deuzilene, a inquietação e a curiosidade na busca pelo conhecimento a aproximaram da ciência. Os desafios impostos pela sociedade na questão de desigualdade social, os papeis de mulher, mãe e pesquisadora foram fatores cruciais na trajetória da pesquisadora.

“Após a graduação do curso de pedagogia, atuei em escolas da rede pública e também em escola particular. A atuação nesses espaços profissionais intensificou o debate, a leitura e a escrita, com a incansável vontade de conhecer e compreender o espaço no qual estava, ou seja, compreender os processos educativos, investigar a prática educativa e sua complexidade na construção das pessoas”, relata.

Outro ponto destacado pela a pesquisadora foi à importância do Programa Ciência na Escola (PCE) da Fapeam, como uma ação potencializadora na geração de novos cientistas.

“O programa mudou a própria perspectiva do professor da rede pública, nos alertou enquanto professores, que atuamos no processo de ensino e aprendizagem. Somos cientistas da nossa prática educativa, cientistas no processo de ensino”, relata.

Outra convidada do webinar,  a pesquisadora Noemia Ishikawa, do Inpa, destacou alguns dos estudos científicos desenvolvidos por ela juntamente com uma equipe de pesquisadores para atuar na Amazônia. Um dos estudos mencionados identificou 25 novas espécies de cogumelos na Amazônia,  após análise realizada em mais de 2 mil amostras.

A equipe estuda potenciais espécies comestíveis e antimicrobianas de alguns cogumelos encontrados na Amazônia. Dentre os macrofungos catalogados, existe a espécie Përɨsɨ, uma estrutura de fungo similar à uma fibra, que é utilizada para confeccionar cestarias pela comunidade indígena Yanomami da região de Maturacá, no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.

Noemia destacou ainda, a publicação do Livro Ana amopö – Cogumelos Sanöma, elaborado a partir do estudo científico e, que recebeu em 2017, na categoria Gastronomia o Prêmio Jabuti, uma das premiações literárias mais importantes do Brasil.

A pesquisadora destacou a importância da parceria entre as instituições como, por exemplo, a Fapeam, que fomentou parte dessas pesquisas e, consequentemente, ao estudo científico, que gerou fonte de renda tanto para a Associação das Mulheres Yanomami – Kumirãyõma, quanto para coletores de cogumelos da região Amazônica.  

“Por isso, sou feliz desenvolvendo essas pesquisas na Amazônia que é o lugar que eu mais me sinto útil pelo trabalho científico que realizo”, disse Noemia Ishikawa.

Por: Departamento de Difusão do Conhecimento-Decon

 

 

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