Pesquisadores estudam resíduos da biodiversidade amazônica para a produção de bioetanol


20/08/2013 – O bioetanol tornou-se uma opção eficaz como alternativa na produção de combustíveis, por ser uma fonte renovável originada de produtos vegetais. Um grupo de pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), coordenado pela professora Antônia Souza está desenvolvendo, por meio do Programa Biocom, pesquisas utilizando resíduos amazônicos.

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Segundo a coordenadora, o programa estudou mais de 200 cepas fúngicas amazônicas com o desafio de descobrir a forma mais rápida, eficiente e de baixo custo para transformar os resíduos amazônicos, por meio da compostagem, em etanol de segunda geração.

Foram utilizados resíduos da biodiversidade da região como casca, caroço e sementes de cupuaçu e maracujá, urucu, coco, macaxeira, guaraná, pau-rosa e o bagaço da cana-de-açúcar para o desenvolvimento do bioetanol de segunda geração. “Selecionamos os principais que ainda não haviam sido pesquisados”, enfatiza Antônia Souza.

Dois desses resíduos, juntamente com a compostagem,  tiveram êxito na produção do bioetanol e apresentaram por volta de 80% de melhora de crescimento de micro-organismos.

Os resíduos foram coletados nos municípios de Maués, Barcelos e Presidente Figueiredo. A pesquisa conta com o apoio daFundação de Amparo à Pesquisa do Estado  do Amazonas (FAPEAM), e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A mestre Simone Maciel Fernandes, que defendeu sua dissertação de mestrado, no último dia 30 de julho, com o título ‘Prospecção de Micro-Organismos Lignolíticos da Microbiota Amazônica para a Produção de biocombustível de Segunda Geração e Compostagem, acredita que “o projeto ainda precisa achar a melhor biomassa e os melhores fungos que vão fazer o trabalho, para  produzir o etanol de forma economicamente viável”.

O que é o bioetanol

O bioetanol é um combustível obtido através da fermentação controlada e da destilação de resíduos vegetais como o bagaço da cana-de-açúcar, a beterraba, trigo ou o milho. Todos esses produtos passam por processos físico-químicos (deslignificação, fermentação, destilação, etc.) até que se transformem em combustível.

O bioetanol  não produz dióxido de enxofre quando é queimado, ao contrário da gasolina que polui a atmosfera, esse também é um dos motivos para ser uma das melhores opções com uso sustentável .

Resíduos Amazônicos

Hoje, por ano, cerca de 6 toneladas de cascas de cupuaçu são jogadas no lixo. A pesquisa visa não só oferecer uma segunda opção de   biocombustível ao Estado, mas também a sustentabilidade dos produtos e o desenvolvimento econômico sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro.

Fonte: CIÊNCIAemPAUTA, por Adriana Pimentel

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