Pesquisadores investigam substâncias oriundas de plantas, com ação contra células cancerígenas


Testes em laboratório (in vitro) demonstraram que substâncias isoladas de uma espécie vegetal da família botânica Clusiaceae possuem atividade antitumoral significativa contra células de câncer de cólon, gástrico e de fígado. A ação anticancerígena contra os três tipos de câncer foi evidenciada com base na análise fitoquímica, preliminar, obtida a partir do extrato da planta.

O estudo científico fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) avaliou a citotoxicidade dos compostos orgânicos, ou seja, a capacidade que os bioativos encontrados têm de reduzir a viabilidade de determinadas linhagens de células malignas, podendo-se aprofundar os estudos relacionados à utilização dessas substâncias para o tratamento do câncer.

O projeto “Avaliação da citotoxicidade de extratos etanólicos de plantas encontradas na Amazônia” foi desenvolvido no Laboratório do Grupo de Pesquisa Química Aplicada à Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (QAT/UEA), Laboratório de Atividade Biológica (Biophar) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) e, amparado pelo Programa de Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (Paic/AM), edição 2019/2020.

Lethicia Marinho 2Para a estudante do curso de biomedicina da Universidade Nilton Lins e bolsista do Paic, Lethicia Marinho, a pesquisa possibilita a procura por novos constituintes químicos, derivados de produtos naturais, com importantes propriedades medicinais para ser usado no tratamento do câncer.

“O estudo de novas substâncias com ação anticâncer desenvolvida na FCecon possui importância não só para o Amazonas, mas para a sociedade como um todo, visto que um grande problema enfrentado no tratamento do câncer é a resistência dos tumores a medicamentos. Com isso, os produtos naturais sendo fonte de substâncias químicas podem ter papel importante no tratamento do câncer”, disse Lethicia Marinho.

Plantas câncer

O projeto servirá de base para um trabalho acadêmico stricto sensu (tese de doutorado) que continuará investigando as propriedades terapêuticas a partir de compostos de origem vegetal, que possam futuramente constituir matéria prima ou fornecer intermediários para a fabricação de novos fármacos fitoterápicos que atuem nas células cancerosas e diminuam tumores.

Estudos promissores nessa área, que comprovem cientificamente a eficácia de compostos vegetais, são importantes para estimular o desenvolvimento de pesquisas de aceitação do uso seguro de espécies botânicas no tratamento oncológico.

Premiação 

Lethicia Marinho e Sthéfanny Caroline Mendes AzevedoO projeto desenvolvido por Lethicia Marinho e orientado pela professora Sthéfanny Caroline Mendes Azevedo conquistou o 1º lugar entre os trabalhos científicos apresentados na IX Jornada Científica do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic/FCecon – 2019/2020). O êxito conferiu à estudante um troféu e um certificado de Menção Honrosa, concedidos aos 10 primeiros trabalhos colocados, por terem sido melhor avaliados.

“O desenvolvimento da pesquisa foi muito importante para mim como estudante de graduação, pois me ajudou a ter uma experiência diferente da vivida dentro da Universidade. Tive contato com profissionais de diversas áreas, participei de congressos e palestras que foram essenciais para o meu conhecimento”, destacou Lethicia Marinho.

Ao todo, 44 alunos de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas participaram da IX Jornada Científica, com defesas orais de conclusão dos projetos, que trataram sobre áreas estratégicas para a unidade hospitalar, como prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer.

Paic

A Fapeam via Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic) oferta para a edição 2020-2021 um total de 1.283 cotas de bolsas, distribuídas para estudantes de 14 instituições de ensino e pesquisa do Estado. O valor da bolsa para estudante de iniciação científica corresponde a R$400, ao mês, por 12 meses.

Por: Helen de Melo

Fotos: Érico Xavier e  Acervo da pesquisadora Lethicia Marinho

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