Pesquisadores utilizam planta nativa para combater a dengue
O verão destaca ainda mais um grave problema de saúde pública: a dengue. Apenas nos primeiros meses do ano foram notificados 67.840 casos da doença no país, sendo os Estados com maior número o Mato Grosso do Sul, com 35.863, seguido de Mato Grosso (4.350), Rio de Janeiro (4.196) e Minas Gerais (2.499), segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde.
Um passo importante para o controle da doença foi dado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. A partir de uma planta nativa brasileira e pouco conhecida, a Piper solmsianum, eles criaram um biocida, um inseticida natural capaz de eliminar todas as larvas do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, em um reservatório de água.
O trabalho, conduzido pela bióloga Marise Maleck e pelo entomologista Anthony Érico Guimarães, pesquisadores do Laboratório de Díptera do IOC, teve como ponto de partida o estudo das lignanas, moléculas lipídicas produzidas pela atividade metabólica de plantas. As plantas naturalmente eliminam tais substâncias para a defesa contra inimigos, como insetos que as têm como fonte de alimentação.
Primeiramente, os pesquisadores atestaram a alta toxicidade das lignanas produzidas pela Piper solmsianum, especificamente contra as larvas do Aedes aegypti.