Pesquisas indicam reações de peixes às mudanças climáticas


04/04/2012 – O aumento da temperatura e da concentração de gás carbônico (CO2) na água pode atingir todo o ecossistema do planeta e não apenas a Amazônia. A afirmação é do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta), Adalberto Luis Val, que falou sobre o tema durante a apresentação da palestra ‘Peixes da Amazônia e mudanças climáticas’, na terça-feira, 3 de abril, segundo dia do 4º Workshop Adapta.

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Durante a apresentação Val esclareceu quais os efeitos das mudanças climáticas sobre os peixes amazônicos, uma das pesquisas coordenadas por ele no âmbito do projeto. “As mudanças climáticas estão associadas com atividades realizadas pelo homem, como o aumento de queimadas por causa do desmatamento. A Amazônia tem um papel importante no ciclo de carbono do planeta e pode ser considerada como uma região de grande risco do ponto de vista das influências das mudanças climáticas”, explicou.

/O pesquisador afirmou que as mudanças no clima podem causar várias perturbações ao tambaqui (Colossoma macropomum), por exemplo. “Essas mudanças no clima, para o tambaqui, que é uma espécie de peixe com grau elevado de adaptação a diversas situações podem acarretar em várias perturbações”. Ainda segundo Val, o projeto procura responder questões importantes para o desenvolvimento dos organismos reproduzindo os cenários de mudanças climáticas com base em dados previstos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para o ano de 2100.

“O Adapta está se propondo a entender como esses diferentes organismos respondem a um desafio ambiental ou então como um único organismo pode sobreviver a diferentes desafios ambientais”, explicou Val.

Encerramento

As apresentações encerram nesta quarta-feira, 4 de abril, com três palestras, a primeira sobre a ‘Variação morfológica entre populações do gênero Montrichardia Crueg na Bacia Amazônica’, feita pela pesquisadora Aline Lopes, e a segunda sobre a  ‘Química das águas de superfície dos rios da bacia amazônica: uma contribuição para classificação de acordo com seus usos preponderantes’, fruto de uma pesquisa realizada em parceria entre o Inpa e a Universidade Federal do Amazonas, proferida pela pesquisadora Maria do Socorro Rocha da Silva e a última palestra sobre ‘Invertebrados Aquáticos’, apresentada pela pesquisadora Neusa Hamada.

O pesquisador do Inpa Renato Tavares Martins apresentará a palestra ‘Efeito de fatores físicos, químicos e biológicos sobre a decomposição de folhas em riachos urbanos da Amazônia’. As apresentações encerram com a palestra do pesquisador Emiliano de Angelis Reis que vai abordar o tema ‘Novas espécies e distribuição de Stenochironomus (Diptera: Chironomidae), com larvas minadoras de folhas e troncos em igarapés da Amazônia’.

Sobre o Adapta

O Adapta estuda as adaptações de organismos aquáticos da Amazônia, por meio da incorporação de novos equipamentos, da estruturação de um serviço de bioinformática, da capacitação de pessoal em todos os níveis, desde a iniciação científica até o pós-doutorado, da formação de técnicos para a pesquisa científica e para o setor produtivo. As pesquisas são desenvolvidas no âmbito dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) que são financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Rosilene Corrêa – Agência FAPEAM

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