Pesquisas sobre ictiofauna amazônica são discutidas em evento


03/02/2011 – “Estudos ictiológicos em riachos neotropicais: estado da arte e perspectivas”, foi um dos temas abordados nesta quarta-feira, 02 de fevereiro, entre vários pesquisadores de diferentes instituições que apresentaram resultados de trabalhos na área desenvolvidos nas regiões Norte, Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

 

De acordo com um dos palestrantes, o doutor em Ecologia e pesquisador do Inpa, Jansen Alfredo Sampaio Zuanon, o objetivo do Workshop foi discutir o futuro da Ictiologia (estudo dos peixes), mostrando as condições reais em que os peixes vivem devido às alterações climáticas e ao uso indiscriminado da água, fatores que põem em risco a conservação da diversidade das espécies.

 

Conforme Zuanon, a abordagem do tema deve auxiliar no desenvolvimento científico sobre o assunto, proporcionando visibilidade para a ictiofauna amazônica. “A intenção é fazer uma síntese da visão global do que se faz com a ecologia de riachos dividindo o país por regiões geográficas, mostrando numa linguagem comum o esforço concentrado das pessoas em busca de resultados comparáveis”, destacou.

 

/O pesquisador afirmou, ainda, que o Amazonas é um estado que possui grandes áreas de alta integridade, ou seja, intocadas, porém em outras áreas da Amazônia, onde a população é envolvida com grandes frentes de desmatamento e as cidades estão crescendo desordenadamente, a intervenção no ambiente causa perturbações muito sérias nos igarapés.

 

“Conhecendo o enquadramento desses sistemas e entendendo como eles funcionam, podemos planejar adequadamente a ocupação dos espaços, dando ênfase ao resgate das condições originais, não simplesmente canalizando os igarapés, mas promovendo revitalizações para que eles façam parte da paisagem de uma maneira saudável”, explicou.

 

Linha de pesquisa

 

Segundo o pesquisador, a linha de pesquisa desenvolvida na Região Amazônica é  voltada para obter mais conhecimentos na área da ecologia de peixes nos igarapés e riachos.

 

“Esse encontro tem produzido uma integração entre pessoas e faz com que a gente figure no mapa definitivamente, aqui falamos também de interações ecológicas, estado de conservação ambiental e ameaça de espécies por hidrelétricas”, destacou.

 

/Atualmente existe um grupo de pesquisa centralizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) que trabalha com ecologia de peixes de riacho. Esse projeto envolve pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e de diversas outras instituições da Região Amazônica e do país, que fazem com que a rede hiperprodutiva de pesquisa contribua consideravelmente com a biodiversidade do Amazonas.

 

Sobre o Evento

 

Realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos, o 19o  Encontro Brasileiro de Ictiologia reúne nesta edição, que vai até o dia 4/02, mais de mil participantes, com quase mil trabalhos sobre peixes, além de várias palestras, mesas-redondas, minicursos, workshops entre outros. 

O evento é realizado a cada dois anos e o encontro acontece num determinado local do País, escolhido por meio de votação em assembleia. Os participantes são estudantes, engenheiros de pesca, ictiólogos, ecólogos e engenheiros ligados à questão do planejamento de hidrelétricas.

 

Recursos FAPEAM

 

O pesquisador ressalta a importância do apoio da FAPEAM por meio de seus programas de incentivo, destacando que finalizou, em dezembro de 2010, um projeto financiado pelo Programa Integrado de Pesquisa e Inovação Tecnológica (Pipt).

“O financiamento que recebi, por meio da instituição no ano passado, para o trabalho ecologia dos igarapés foi fundamental para poder tocar o projeto, dando continuidade ao longo dos anos. Considero o recurso recebido fundamental para quem trabalha aqui no Amazonas”, concluiu.

 

Para a pesquisadora Erica Caramaschi, o encontro de hoje é um resgate de ideias antigas. “Nós estamos resgatando os acontecimentos desses últimos dez anos dentro da área de ictiologia de peixes de riacho, além de vermos como a situação evoluiu”, explicou.

 

Conforme Caramaschi, no Amazonas houve um avanço extraordinário no quesito peixe de riacho, no sentido de procedimentos de pesca. “Um fator fundamental é o grupo, ‘projetos dos igarapés’, que o professor Jansen nucleia, essencial para estabelecer um ponto de encontro para todas as pesquisas sobre o tema e criar as bases iniciais de conhecimento”, finalizou.

 

Foto 1 – Igarapé do Mindu na zona urbana de Manaus (Maurício Lombardi)

Foto 2 – Peixes em igarapé (Divulgação)

 

 

Redação: Dalva Berquet

Edição: Ulysses Varela – Agência FAPEAM

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