Pioneirismo na área de análise de metais no Solimões
O pesquisador Heliando Cordovil da Silva, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), é pesquisador desde 2006 do Programa Primeiros Projetos (PPP), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), executado em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Desde essa data, Silva vem fazendo um levantamento pioneiro sobre o quantitativo de metais pesados nas águas do rio Solimões. Ontem (25), ele teve a oportunidade de apresentar resultados preliminares de sua pesquisa no Seminário de Avaliação da Fapeam/CNPq, que acontece até amanhã, no Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz-AM), conjunto Adrianópolis, das 9h às 12h e das 14h às 18h.
A preocupação de Silva, que possui doutorado em química, foi avaliar a qualidade da água consumida pela população ribeirinha de Tefé, município que fica a 516 quilômetros de Manaus. Para isso, o pesquisador mediu a concentração de alumínio, ferro, zinco e manganês, por exemplo, nas épocas da cheia e seca.
“As águas da região do Médio Solimões foram avaliadas com métodos singulares. Observou-se que municípios como Alvarães, Fonte Boa e Coari, além de Tefé e a comunidade de Uarini, também possuem problemas relativos a propriedades do consumo”, relatou Silva.
De acordo com o químico, trata-se de um levantamento pioneiro porque está levando em consideração a sazonalidade do rio. “Em épocas distintas, pode-se observar um aumento ou diminuição na quantidade de metais pesados encontrados nas águas”, avaliou o pesquisador.
“O conhecimento que estamos difundindo está vindo de estudos já realizados na Universidade do Estado de São Paulo. Por isso, temos a certeza que não é alvo subjetivo, mas sim concreto e bem elaborado”, ponderou.
Como alguns dos resultados alcançados, Silva afirmou que a questão da difusão científica no interior tem sido otimizada a partir de sua atividade. Segundo ele, o trabalho efetivado tem como base levantamentos oriundos de alunos do interior.
“Trabalhamos mais com a população local. Isso nos motiva, porque vemos que o conhecimento está sendo transmitido e fixado na região”, avaliou, indicando que a partir de agosto deste ano serão divulgados todos os resultados relativos à quantidade de metais nas águas do Médio Solimões.
Renan Albuquerque – Agência Fapeam