Plenária discute necessidade de maior ênfase em inovação nas empresas
Brasília/DF – O perfil da produção, das exportações e do emprego de um país, assim como a sustentação do crescimento e da competitividade das empresas, dependem, cada vez mais, da capacidade de assimilar e de produzir inovações. Esta foi a tônica das discussões durante a 2ª Sessão Plenária, com o tema “Investimento e Inovação – O papel da inovação na agenda empresarial”, realizada na manhã desta quinta-feira (27/05) na 4ª Conferência Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação (CNCTI) que acontece até sexta-feira (28/05) na capital federal.
Para uma plateia de quase duas mil pessoas, empresários e gestores ligados ao desafio da Pesquisa e Desenvolvimento no País (P&D) – como Adilson Primo, da Siemens e Carlos Tadeu Fraga, da Petrobrás – expuseram suas visões sobre a necessidade de readequação da Lei de Inovação, para que o país avance ainda mais no setor.
Durante a sessão, foi mostrado que o Brasil investe, aproximadamente, 1% do seu Produto Nacional Bruto (PNB) em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Metade desse investimento é de responsabilidade do setor privado (0,5% do PNB). Na média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o bloco mais desenvolvido e rico do mundo, liderado pelo Japão, EUA e Alemanha, essa participação é três vezes maior.
Para o gerente-executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás, Carlos Tadeu Fraga, a superação dos desafios do país ,nessa área, depende de quatro pontos chaves. “Precisamos criar um Conselho de Integração das Inteligências interna e externa com entendimento do processo de inovação. Precisamos inovar com mais empreendedorismo e, assim, transformar conhecimentos em riquezas”, afirmou.
Na visão dele, também é necessário promover a inovação e o avanço global com investimentos em áreas estratégicas (como as engenharias) e, por fim, necessita-se de uma política de C,T&I orientada para resultados, a partir da gestão da inovação pública.
Inovação
Segundo o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Mário Neto Borges, a partir da Lei de Inovação, as FAPs avançaram e estão abrindo as possibilidades para desenvolver projetos com subvenção econômica junto às empresas, o que é muito importante, pelo lado da inovação tecnológica.
“As FAPs já têm experiência em desenvolvimento científico e tecnológico. Apesar disso, ainda temos um desafio importante que é avançar com esta interligação com as empresas, o que é importante tanto para os Estados quanto para o País”, enfatizou.
Neto destacou, ainda, o que falta para ampliar a Pesquisa e o Desenvolvimento no país. “Faltam mais investimentos, melhoria do relacionamento – do ponto de vista da burocracia das necessidades institucionais – entre as empresas e as FAPs e, por fim, superação do arcabouço legal que ainda é confuso e traz impedimentos e dificuldades”, finalizou.
Foto 1- Presidente do Confap, Mário Neto Borges, durante a sessão que discutiu P&D (Ulysses Varela)
Ulysses Varela – Agência Fapeam