Programa Ciência na Escola apresenta inovações que revolucionam o interior do Amazonas


A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) traz uma série de três projetos apoiados pelo Governo do Amazonas, desenvolvidos no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), publicados na edição especial da revista PCE 20 anos, em celebração às duas décadas do Programa no Amazonas, com o tema “Chama Revolucionária da Ciência na Educação Básica do Amazonas”. Boa leitura!

No vasto território amazônico, três municípios despontam como verdadeiros exemplos de laboratórios de iniciativas inovadoras e científica na educação básica e na preservação cultural. Separados por mais de 1.500 quilômetros de floresta e rios, Benjamin Constant, Parintins e Manacapuru demonstram que, mesmo diante dos desafios regionais, é possível transformar adversidades em oportunidades.

Hoje (9/1), você irá conhecer um projeto desenvolvido em Benjamin Constant (distante 1.118 km em linha reta de Manaus), no Alto Solimões, intitulado ‘As cores da terra: resgatando a cultura do povo Kokama’ que renovou as tradições indígenas por meio da arte e do conhecimento ancestral, fortalecendo a identidade de uma comunidade que luta para preservar suas raízes.

Esse projeto, financiado pela Fapeam por meio do PCE, exemplifica a capacidade de adaptação e a criatividade das comunidades do interior em superar barreiras tecnológicas e geográficas com um profundo respeito à cultura local.

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Por entre as densas florestas do Alto Solimões, uma pequena comunidade indígena está redefinindo a maneira como ciência e cultura podem coexistir e prosperar juntas. Liderado pelo professor Alcineis Aicate Peres, o projeto ‘As cores da terra: resgatando a cultura do povo Kokama no Alto Solimões’ surge como um exemplo inspirador de como tradições ancestrais e conhecimento científico podem ser entrelaçados para enriquecer a educação e fortalecer a identidade cultural de povos originários.

O projeto da área de Ciências Humanas foi realizado e financiado pela Fapeam, no âmbito do edital nº 004/2022 do PCE, na Escola Estadual Indígena Professor Gildo Sampaio Megatanücü, ligada à Seduc-AM.

Do Sonho à Realidade

O professor Alcineis, que cresceu na comunidade Guanabara II e se mudou para Benjamin Constant aos 13 anos, viu de perto os desafios enfrentados pela população local. Com uma trajetória marcada por sua atuação em programas sociais e ensino de artes, ele foi inspirado pela necessidade de valorização da cultura Kokama.

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A ideia do projeto nasceu de suas experiências pessoais e de um desejo ardente de revitalizar práticas ancestrais por meio da produção de tintas naturais a partir de elementos da terra e de plantas.

“Nós que atuamos na zona rural, não temos muitas oportunidades. Eu nunca havia ouvido falar de PCE nos anos anteriores de 2022. Uma professora do Instituto de Natureza e Cultura/ Ufam, criou um grupo para assessorar e orientar no Programa. A professora me adicionou no grupo e fiquei interessado. No grupo, tinha aproximadamente 15 professores, dentre eles só ficou eu”, revelou.

Impactos e Resultados

Os resultados do projeto são palpáveis e inspiradores. As tintas produzidas foram utilizadas em diversas obras de arte, e uma cartilha com as receitas das experiências foi criada. Além disso, os resultados do projeto foram enviados para publicação na revista ‘Amazônida’ da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

“O PCE, tem uma importância significativa, me impactou de forma muito gratificante, em buscar alternativas, possibilidades aos estudantes em compartilhar ciência /conhecimento em um espaço que seria quase impossível. Além disso, ressalto que possibilitou a minha entrada no mestrado e já pensar no doutorado”, frisou Alcineis.

Mais importante ainda, o projeto despertou nos alunos uma nova apreciação por sua herança cultural e por métodos científicos. Cursando atualmente o 3º ano do ensino médio, Raquel Santos, afirmou que a participação no projeto foi crucial para a formação.

“O projeto contribuiu para ampliar o conhecimento sobre o povo Kokama, já que nossos antepassados não nos repassaram, e a importância de preservá-la sempre, foi o foco”, disse ela. A aluna Cíntia Samara Carvalho Mapiama, do 3˚ ano e bolsista do PCE-2022, também revelou os impactos positivos da pesquisa.

“O projeto contribuiu para entender mais sobre o povo Kokama, a cultura e, importante lembrar que foi esquecida por um bom tempo, mais ela tem riqueza na cultura e em tudo”, afirmou.

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Valorização Cultural e Conhecimento Científico

A importância de resgatar a cultura Kokama vai além da simples preservação de tradições.

“Contribuir no resgate da cultura é valorizar esse povo, suas tradições, seus conhecimentos, saberes, etc.”, destacou Alcineis.

O projeto não apenas fortalece a identidade cultural dos alunos, mas também os prepara para o futuro, introduzindo-os aos métodos científicos e despertando seu interesse pela educação superior.

Leia essa e outras matérias na Revista PCE 20 anos em: https://www.fapeam.am.gov.br/wp-content/uploads/2024/07/REVISTA-PCE-WEB.pdf

Revista PCE 20 Anos

A história do PCE ao longo de duas décadas e as experiências de professores e estudantes estão registradas em edição especial da revista comemorativa do PCE 20 anos lançada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fapeam.

Com o tema principal “A chama revolucionária da ciência na educação básica”, a revista, disponível também na versão digital, apresenta dados históricos relacionados ao programa, projetos desenvolvidos no estado e depoimentos de como o PCE tem transformado vidas e aberto possibilidades para futuras gerações de cientistas e pesquisadores no Amazonas.

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