Programa já contribuiu para a formação de 15 mil estudantes


Uma das lacunas que precisa ser preenchida pelas instituições de pesquisa da Amazônia é a fixação de recursos humanos. Ou seja, atrair profissionais capacitados na região e formar os estudantes locais. Nesse sentido, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) tem contribuído por meio do Programa Institucional de Bolsas Iniciação Científica (PIBIC), que há 16 anos promove a capacitação de estudantes de graduação oriundos de universidades.

Os trabalhos realizados pelos mais de 229 estudantes serão apresentados hoje (24/07), das 8h às 18h. As apresentações fazem parte da XVI Jornada de Iniciação Científica, encerra-se na sexta-feira (24/7) e marca o 53º aniversário do INPA. O evento é uma realização do INPA, com o apoio da Fundação de Amaparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) que concede bolsas por meio do Programa de Apoio à Iniciação Científica (PAIC), e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

           

Ao longo de sua existência, o PIBIC já oportunizou o acesso de aproximadamente 15 mil estudantes aos laboratórios do INPA, proporcionando a vivência diária com cientistas e aos procedimentos para o desenvolvimento da pesquisa. Anualmente, passam pelo Instituto mais de 1200 estudantes (com bolsa e voluntários). “A contribuição para o mercado de trabalho é muito grande. Eles são absorvidos por outras instituições, concursos públicos, além disso, muitos ingressam nos cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado) do Instituto”, disse Valcicléia Sarquis, chefe da Divisão de Apoio à Capacitação (DACI/INPA).

           

Segundo Valcicléia, tudo isso é reflexo do papel que o Instituto vem cumprindo perante a sociedade: a formação de recursos para atuar na Amazônia. Ela explicou que embora o INPA seja um instituto de pesquisa, ele contribuiu para a formação de mestres e doutores em áreas como: Biologia de Água Doce, Entomologia, Genética, Ecologia, Ciências de Florestas e o mais recente, Clima e Ambiente. “Os estudantes começam no ensino médio (PIBIC Júnior), passam pela graduação (PIBIC) e o interesse pela pesquisa os levam aos cursos de pós-graduação”, ressaltou e acrescentou que isso é o resultado do apoio recebido da coordenação científica e administrativa.

           

Mais de 50% dos inscritos no Programa de Iniciação Científica são oriundos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), seguida pelo Centro Universitário do Norte (UNINORTE) e Nilton Lins. Valcicléia explicou que isso se deve ao fato do INPA oferecer a infra-estrutura (cientistas, laboratórios, biblioteca) adequada para a formação dos estudantes, além de fomentar a curiosidade sobre a pesquisa.

           

De acordo com Valcicléia, os alunos que participam do programa saem mais preparados para concursos, cursos de mestrado e doutorado de qualquer região do país. Ela citou como exemplo as pesquisadoras do Laboratório Temático de Biologia Molecular (LBTM/INPA), Kyara Formiga e Jacqueline Batista. Ambas fizeram Ciências Biológicas na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), passaram pelo PIBIC, fizeram mestrado pelo curso de Biologia de Água Doce e Pesca Interior (BADPI) e hoje são funcionárias do Instituto.

           

Jacqueline Batista entrou no Instituto em 1991 para estudar insetos, quando cursava o ensino médio. Em 1993, realizou um estágio curricular no Laboratório de Físico-química de alimentos, da Coordenação de Pesquisas em Ciências da Saúde (CPCS). Em 1996, ela retorna ao Instituto pelo Programa de Iniciação Científica como estudante de graduação. Na época, estudou carotenóides em pupunha, também na CPCS com a pesquisadora Janete Seixas. Em 1997, decidiu estudar genética, após um mini-curso ministrado pelo cientista José Antônio Alves Gomes, por quem foi orientada no programa até 1999. No mesmo ano, fez seleção para o mestrado e foi aprovada. Em  2002, também foi aprovada no concurso realizado pelo Instituto. Hoje, faz doutorado no INPA.

           

“O PIBIC teve importância única em minha formação. O programa ensinou-me os primeiros passos do caminho necessário para se fazer pesquisa, passei a conviver com a ciência, com as pessoas que falavam e faziam ciência. O programa me possibilitou escolher uma carreira profissional”, afirmou.   

           

Já Kyara Formiga disse que por meio do programa aprendeu a conhecer mais profundamente questões nas quais a Biologia está inserida. No início, ela pensava que a pesquisa estava distante de sua realidade. Contudo, quando foi aprovada no programa viu que era possível realizar pesquisa paralelamente à sua formação profissional. “Comecei no INPA em 1996 e fiquei até 1999. Na época, fui orientada pelo pesquisador Cláudio Rui Vasconcelos. Logo após, passei a trabalhar com peixe-elétrico, com o Dr. José Antônio Alves Gomes, mas antes estudei com a Dra. Vera Val. Passei toda a graduação no INPA”, disse.    

           

“O PIBIC contribuiu muito com a minha graduação, principalmente, durante as disciplinas correlatas às áreas de conhecimento dos projetos do Programa de Iniciação Científica. Além disso, a aprovação no mestrado foi motivada pela experiência adquirida com os cientistas do INPA”, finalizou.   

Confira os locais das apresentações do PIBIC:
Biblioteca: ciências exatas e ecologia;
Sala de aula da pós-graduação: saúde e multidisciplinar de biológicas;
Botânica: botânica;
Mini-auditório do curso de pós-graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior – BADPI: genética e zoologia;
Sala de aula da Silvicultura Tropical: recursos florestais, multidisciplinar de agrárias e agronomia;
Sala de aula do Núcleo de Pesquisas em Ciências Humanas e Sociais: Ciências Sociais Aplicadas e Humanas. 

Ascom do Inpa

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