Projeto do PCE com alunos do Ensino Fundamental incentiva a pesquisa em robótica
Despertar o interesse de alunos do Ensino Fundamental pelas áreas de Programação, Engenharias e Arquitetura é o objetivo do projeto de pesquisa em Robótica, da professora Ana Maria Trindade.
O projeto é desenvolvido na Escola Municipal Jorge de Resende Sobrinho, localizada no bairro Tancredo Neves, Zona Leste de Manaus, e foi selecionado pelo Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) para receber aporte do Governo do Amazonas.
De acordo com a professora, o projeto de pesquisa consiste em promover a sensibilização na comunidade discente quanto ao uso de fontes de energias limpas, materiais reciclados e tecnologias produzidas por meio de hardwares e softwares livres, tirando os conteúdos teóricos da sala de aula e colocando-os em prática.
“Isso irá estimular o interesse dos alunos pelas áreas de Ciências Exatas, por meio de atividades lúdicas e de fácil compreensão, utilizando tecnologias modernas e linguagens de programação profissionais, visto que as aulas são acompanhadas por especialistas da área”, disse Ana Maria.
A pesquisa conta com o apoio de acadêmicos de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ex-alunos da Fundação Nokia e professores do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) que contribuem com os conhecimentos adquiridos ao longo da vida acadêmica e profissional e transmitem suas experiências aos estudantes.
Além deles, outros parceiros como a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Serviço Social da Indústria (Sesi) também contribuem cedendo o espaço físico e alguns materiais para o desenvolvimento das atividades do projeto.
Para Ana Maria, todo esse incentivo é fundamental para o desenvolvimento da robótica educacional na escola e para a descoberta de jovens cientistas. Segundo ela, o prédio do colégio fica situado em uma área de violência, favorecendo assim, a inserção no mundo da criminalidade e eventual evasão escolar.
“A Fapeam, porém, veio para mudar essa realidade, pois através de seus programas, como o PCE, ela estimula o aluno a continuar em sala de aula, realizando atividades que vão ajudar na formação de novos cientistas, engenheiros e mecatrônicos, por exemplo. Desde junho de 2015, a escola conquistou um grande número de estudantes e o envolvimento da comunidade”, afirmou a professora.
Primeiros resultados
Desde que o projeto foi implantando na escola, houve um elevado crescimento de alunos interessados em robótica. Um dos primeiros resultados foi a criação de um robô, feito pelos próprios alunos com orientação e supervisão de professores de robótica e tecnologia.
Além da criação do robô, chamado pelos alunos de “Jorjão”, os estudantes também participaram de uma competição nacional e outra internacional, a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) e a First Lego League (FLL), dando oportunidade aos alunos de conhecerem outras culturas e ampliarem a visão sobre o mundo.
Segundo Ana Maria, para participar do projeto, os estudantes devem ter o rendimento escolar acima de oito em todas as disciplinas. “Portanto, esse projeto, além de ensinar a robótica na escola, ainda estimula o aluno a estudar e ter boas notas nas outras matérias, o que já pode ser um preparo para o Ensino Médio e a universidade”, ressaltou Trindade.
O trabalho idealizado pela professora Ana Maria ainda conseguiu o primeiro lugar na Feira de Ciências Municipal e recebeu o Prêmio de Incentivo à Iniciação Científica (Abric), na Feira de Ciências do Norte, concorrendo com escolas de nível médio, particulares e universidade da Região Norte.
Ada Lima – Agência Fapeam
Foto: Divulgação