Projeto pode ajudar a solucionar naufrágios no Amazonas


Os problemas com naufrágios de embarcações na Região Amazônica podem estar com os dias contados. Uma pesquisa em desenvolvimento no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), está analisando a dinâmica e o comportamento de barcos naufragados, a fim de ajudar no aumento da estabilidade destes durante tempestades, por exemplo.

Denominado “Desenvolvimento de um Sistema de Estabilização Transversal para Embarcações Regionais na Amazônia”, o projeto está em andamento e conta com fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT).

style=width:Segundo o professor Flávio José Aguiar Soares, o projeto consiste na construção de barcos em pequena escala para utilizá-los em plataforma de teste. Ele explicou que os modelos são construídos a partir de planos de linhas (desenhos) de embarcações regionais que naufragaram, cedidos pela Capitania dos Portos.

“São reconstruídos os cascos dos modelos, em menor escala, para serem avaliados a partir de cálculos matemáticos. A meta é propor mecanismos de estabilização, após a avaliação de alguns servomecanismos (circuito mecânico controlado eletronicamente).

Alguns acidentes náufragos acontecem na região, conforme Soares, porque os barcos perdem a estabilidade transversal. Isso quer dizer que o sistema não consegue eliminar o banzeiro. Ele informou que a questão central é que a estabilidade das embarcações é obtida através de parâmetros estáticos.

“Os barcos operam em ambiente dinâmico, então a estabilidade só é garantida até um certo ângulo de inclinação. Caso seja ultrapassado, o barco vira. Queremos propor alternativas para diminuir a instabilidade transversal, conforme a realidade amazônica”, enfatizou.

style=width:Diferencial

De acordo com o pesquisador, já existem soluções comerciais bastante sofisticadas, como as pesquisas desenvolvidas na Escandinávia, por exemplo. Todavia, a ideia é avaliar estes sistemas e propor outros. “O diferencial do produto brasileiro consiste na junção do conhecimento em controle de sistemas dinâmicos com modelos matemáticos navais, aplicando-os às necessidades das embarcações regionais”, informou.

Para Soares, o Amazonas está na direção certa quando o assunto é inovação e incentivo tecnológico. Entretanto, é preciso mais investimentos na área. Quando comparado aos grandes centros, o pesquisador pontuou que o Estado ainda está engatinhando, mas está no rumo certo através dos financiamentos feitos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e da movimentação para criação de núcleos de inovação tecnológica (NIT) em instituições locais, que visam à transformação de ideias em produtos.

Segundo ele, o elo mais delicado está em fazer com que os novos produtos tecnológicos cheguem aos investidores e às empresas.

 

Kelly Melo e Luís Mansuêto – Agência Fapeam

 

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