Projeto sobre cognição ambiental recebe menção


Qual é a percepção que jovens e adolescentes da cidade de Manaus têm dos sistemas ecológicos da Amazônia? Para a pesquisadora do Núcleo de Pesquisas em Ciência Humanas e Sociais (NPCHS), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Maria Inês Gasparetto Iguchi, ainda há muito trabalho a ser feito para sensibilizá-los sobre a importância do meio ambiente na vida de cada um.

Conforme a pesquisadora, em um trabalho realizado com estudantes entre 13 e 16 anos, de escolas públicas e particulares de Manaus, foi constatado que eles têm dificuldade em respeitar os sistemas ecológicos da Amazônia, por exemplo, áreas alagadas, igarapés, rios, áreas de terra firme.

“Por meio de um projeto de cognição ambiental, no qual verificamos o comportamento ecológico diante desses ambientes, constatou-se que eles não os respeitam. É como se eles não fizessem parte do meio ambiente, o que é grave. Eles destruíram tudo. Não respeitavam nada”, lamentou.

Segundo a pesquisadora, a pesquisa consistiu em ceder às escolas uma maquete com parte dos sistemas florestais da Amazônia. Eles tinham que construir uma cidade, por exemplo, hospitais, quadras de esporte, escolas, avenidas, mas era necessário escolher que ambientes poderiam ser modificados de forma a causar o menor dano possível. O material foi enviado para os Distritos Escolares. O projeto foi concluído no ano passado.

De acordo com Higuchi, a pesquisa foi realizada pela bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), Daniele da Costa Cunha, que hoje faz mestrado na Universidade de Brasília (UnB) na área de Psicologia Ambiental.

O projeto foi um dos que recebeu menção honrosa durante a abertura da 18ª edição da Jornada de Iniciação Científica do Inpa, que aconteceu na última terça-feira (21/7). A jornada segue até sexta-feira (24). Mais de 233 bolsistas estão apresentando trabalhos nas áreas de ciências biológicas, agrárias, exatas, da terra e engenharias, humanas, sociais, sociais aplicadas e multidisciplinares.

Para o diretor do Inpa, Adalberto Luis Val, a jornada só é possível porque tem apoio de instituições como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). “Hoje, a Fapeam é a quarta fundação mais importante do país. É claro que há muitos doutores para serem formados, mas ela tem cumprido seu papel”, salientou.

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Público durante abertura da 18a. Jornada de Iniciação Científica do Inpa  

Segundo Val, a ciência na Amazônia vive um momento importante na capacitação de pessoal. Ele citou como exemplo a diplomação dos novos membros da Academia Brasileira de Ciência (ABC), a realização da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Manaus e lembrou que o Inpa foi uma das primeiras instituições da cidade a testar o programa de iniciação científica. 

A nova diretora técnico-científica da Fapeam, Patrícia Sampaio, disse que o programa de iniciação científica tem contribuído muito para a formação de novos pesquisadores na Amazônia, sendo o caminho para o mestrado e o doutorado, o que foi reafirmado pela coordenadora de Capacitação e Coordenadora Geral do Pibic do Inpa, Beatriz Ronchi Teles. A cientista disse que a jornada existe desde 1981 e que já passaram pelo Instituto centenas de estudantes. “É o caminho para a carreira científica”, observou Teles.

 

Luís Mansuêto – Agência Fapeam

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