Projetos sobre hanseníase serão prioridade para pesquisadora visitante da Fundação Alfredo da Matta

A hanseníase será o tema principal das propostas de ações, pesquisas e projetos da Pesquisadora Visitante Sênior (PVS) da Fundação Alfredo da Matta (Fuam), Maria Leide Wand Del Rey. Ela é doutora em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atua como PVS na Fuam desde 2012.

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A doutora recebe aporte financeiro do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), para desenvolver as atividades de ensino e pesquisa na Fuam.

A pesquisadora também faz parte do Comitê Assessor do Global Leprosy  Program e possui experiência em saúde pública, com ênfase em dermatologia e dermatoses de repercussão coletiva, especialmente a hanseníase. “De 2012 a 2014 tivemos como proposta implantar atividades de assistência, educação permanente e pesquisa da Fuam em ambientes virtuais e uma das principais frentes de ação foi a implantação do projeto ‘Telessaúde‘, que por sua vez demandou uma série de outras ações”, disse Del Rey.

Para este ano, a pesquisadora disse que está prevista a qualificação das atividades em ambientes virtuais já implantadas, além da execução de outras demandas identificadas, como pesquisas científicas (incluindo co-orientação de teses e projetos de iniciação científica); produção de materiais didáticos para ensino a distância (e-learning); participação em treinamentos e eventos científicos diversos; além de trabalhos técnicos como elaboração de instrumentos de avaliação das atividades de educação a distância.

“Com os instrumentos de avaliação da educação a distância, poderemos melhorar o material didático já utilizado e propor novos recursos tecnológicos para os cursos; além de identificar vantagens e pontos de melhoria dessa atividade”, informou a pesquisadora.

Projetos

Dentre as orientações de teses, um dos destaques é o projeto de mestrado do médico Luiz Cláudio Dias sobre a implantação da telessaúde em municípios do interior do Amazonas. A telessaúde tem como um dos objetivos auxiliar no combate à hanseníase em localidades de difícil acesso.

A telessaúde é utilizada para auxiliar no combate à doenças em localidades de difícil acesso. (Foto: Roberto Carlos/Agecom)

“Com a pesquisa do profissional pudemos também produzir trabalhos científicos sobre o tema que foi inscrito em eventos nacionais, o que foi muito positivo para a Fuam, pois recebemos dois prêmios nacionais, reconhecimento importante para a instituição”, disse Del Rey.

Dentre as linhas de pesquisas que estão em execução, uma delas é na área de recidiva em hanseníase. “A proposta é montar um banco de dados com pacientes em recidiva de hanseníase: quem são, porque voltaram a apresentar a doença e qual o impacto que isso representa para a instituição. Essas são algumas das informações que teremos”, explicou a doutora.

Del Rey disse que, de modo geral, 30% dos pacientes de hanseníase têm recidiva (recaída) e é importante  para uma instituição ter o perfil clínico e epidemiológico de seus pacientes atendidos pós-tratamento com a poliquimioterapia.

Outra proposta de trabalho de destaque é o treinamento para indígenas sobre hanseníase e outras doenças negligenciadas, projeto que tem apoio do Ministério da Saúde (MS). “Com este trabalho, municípios que não tinham notificação de casos novos de hanseníase passaram a fazê-lo, pois incluíram em seus registros epidemiológicos os casos em áreas indígenas do Amazonas, antes não identificados”, disse a pesquisadora.

Para compartilhar o conhecimento com a população, a pesquisadora destacou um projeto, ainda em fase de elaboração, referente ao uso do rádio como instrumento para levar as discussões sobre hanseníase à população, com apresentações e entrevistas sobre as doenças em diferentes enfoques.

Agência FAPEAM,

com informações da Fuam

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