Psicologia pode auxiliar pacientes com insuficiência cardíaca


27/08/2010 – Estima-se que no Brasil 6,5 milhões de pessoas sofrem com insuficiência cardíaca. A doença é responsável por um terço do total de mortes no mundo, sendo reconhecida como um grave problema de saúde pública.

 

Todos os anos, milhares de cirurgias são realizadas com objetivo de melhorar a qualidade de vida destes indivíduos. Todavia, pouco se conhece sobre o comportamento psicossocial pré e pós-operatório dessas pessoas, em especial na cidade de Manaus.

 

De olho nesta problemática, a doutora em Psicologia pela USP e professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Nazaré Maria de Albuquerque Hayasida, buscou analisar o efeito de uma intervenção psicológica nos pacientes submetidos a cirurgias de revascularização do miocárdio, ou cirurgias cardíacas, sobre os aspectos de ansiedade, depressão e qualidade de vida.

 

Hayasida realizou, durante três anos, uma pesquisa experimental no Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM), localizado na zona norte de Manaus, com 50 pacientes divididos em dois grupos distintos denominados de “controle” e “experimental”, e os acompanhou nos momentos de pré e pós-operatório, além dos momentos da reavaliação médica após três meses da realização da cirurgia.

 

Desenvolvimento do estudo

vspace=10Durante as pesquisas, foram aplicados questionários para verificar as sensações dos pacientes, técnicas de como trabalhar os estados pré e pós-operatório e abordagens psico-educacionais.

 

O objetivo da pesquisadora foi coletar dados sobre o nível de ansiedade e depressão, além da qualidade de vida do participante para proceder, nas etapas seguintes, com as intervenções psicológicas.

 

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Resultados

A partir dos resultados a pesquisadora descobriu que o grupo “experimental” apresentava um nível de ansiedade no período pré-operatório maior que o grupo “controle”. Todavia, os níveis se invertiam no período pós. Em relação à depressão, o grupo “controle” se manteve alto, mas houve uma redução significativa no  “experimental”.

 

Para a pesquisadora, esses fatores são pouco estudados nos pacientes que vão se submeter a tratamentos cirúrgicos. “Daí a importância do papel do psicólogo na prevenção e promoção da saúde”, ressaltou.    

 

Hayasida espera que, a partir da identificação de determinados elementos na pesquisa, os resultados possam servir como subsídios a programas de promoção da saúde e prevenção de doenças coronarianas, além de servir como incentivo a futuros estudos sobre o controle e prevenção da ansiedade, depressão e qualidade de vida em pacientes submetidos a cirurgias de revascularização do miocárdio.

“Estamos avançando bastante na área de pesquisa em Psicologia no Amazonas, e a FAPEAM tem um papel fundamental nessa relação de colaboração com o pesquisador e o desenvolvimento do Estado”, observou.

 

Para o desenvolvimento do estudo, a pesquisadora recebeu fomento oriundo do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Amazonas (RH-Interinstitucional) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio da modalidade de doutorado interinstitucional (Dinter).

 

Sobre o RH-Interinstitucional

O Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Amazonas (RH-Interinstitucional) consiste em apoiar, com bolsa de curta duração, alunos de mestrado e doutorado formalmente matriculados em cursos de pós-graduação fora da sede, ofertados em Manaus e credenciados pela Capes, para desenvolvimento de atividades acadêmicas em instituições parceiras.

Fábio Guimarães – Agência Fapeam

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