Radar orbital será utilizado para monitorar desmatamento na Floresta Amazônica
O combate ao desmatamento na Floresta Amazônica ganhou um poderoso aliado. Um novo radar orbital permitirá o monitoramento do corte ilegal de vegetação no bioma, mesmo em condições climáticas adversas.
Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook
Os sistemas anteriores não eram capazes de gerar imagens através das nuvens e fumaça, mas o equipamento possibilitará ver de forma detalhada a região, mesmo em dias de muita nebulosidade A tecnologia também sera usada na detecção de garimpos ilegais e pistas de pouso clandestinas utilizadas pelo narcotráfico.
Coordenado pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a ferramenta vai gerar alertas que darão suporte para as equipes que atuam na fiscalização em terra, além de enviar dados que ajudarão a compor o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter).
Ao todo, 950 mil quilômetros quadrados serão monitorados pelo sistema, o equivalente aos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e um pouco mais do que Santa Catarina.
Implementar o novo radar foi possível com o investimento de R$ 80,5 milhões realizado pelo governo federal e o Fundo Amazônia. Do total, R$ 63,9 milhões fazem parte dos recursos não reembolsáveis do fundo, liberado por meio de contrato assinado esta semana com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O restante é proveniente do orçamento da União.
Projeto Amazônia SAR
O investimento integra o projeto Amazônia SAR. O radar de abertura sintética SAR (sigla em inglês para Synthetic Aperture Radar) funciona com pulsos de ondas eletromagnéticas, que independem da luz e são capazes de ultrapassar barreiras físicas como as nuvens. Por isso, é mais indicado para o período de excesso de nuvens na Amazônia. Para criar uma imagem do SAR, pulsos sucessivos de ondas de rádio são transmitidos para “iluminar” a cena alvo e o eco de cada pulso é recebido e gravado.
Com a tecnologia será possível aumentar a fiscalização feita pelo Ministério da Defesa, necessária para que o País continue reduzindo as taxas anuais de desmatamento ilegal na região e as emissões de gases do efeito estufa. Será realizado, também, um levantamento de informações que subsidiarão ações de fiscalização e de polícia ambiental do governo federal e de governos estaduais, aumentando a presença do Estado na Amazônia Legal.
Nos dois primeiros anos, no período de outubro a abril, as imagens de cerca de 950 mil quilômetros quadrados mensalmente serão baixadas por Protocolo de Transferência de Arquivos (FTP), numa resolução de 18 a 22 metros, possibilitando a identificação dos ilícitos. Depois de analisadas pelo Censipam, as imagens serão repassadas ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que montará as ações de fiscalização.
As informações também serão enviadas ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para compor os dados do desmatamento da região amazônica.
Fonte: Agência Gestão CT&I