Rede nacional contra o Dengue terá R$ 22,7 milhões


Uma ação pioneira no Brasil reúne esforços em torno das pesquisas para o diagnóstico rápido, controle e tratamento do Dengue. Trata-se do Programa de Apoio aos Núcleos de Excelência (PRONEX – Rede Dengue), no qual serão investidos cerca de R$ 22,7 milhões, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e das Fundações de Amparo à Pesquisa do país (FAPs).

Ao todo, 15 projetos foram aprovados, os quais formam uma rede inter-regional e interdisciplinar que conta com pesquisadores do Amazonas. O resultado foi divulgado na última sexta-feira (14/05).  

O programa é de grande alcance, pois envolve 20 FAPs de todo o país, que vão, juntas, destinar R$ 12,7 milhões para a implantação da rede, dos quais R$ 600 mil serão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).

Os recursos serão investidos em pesquisas para o desenvolvimento de um biosensor que vai ajudar no diagnóstico rápido do dengue e do vírus H1N1, e de um sistema integrado para o controle do dengue. Coordenado pelo cientista José Luiz de Lima Filho, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o projeto contará com o apoio de especialistas do Amazonas, por meio da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), do Ceará, de São Paulo e de Minas Gerais.

Outra pesquisa aprovada no âmbito do PRONEX – Rede Dengue, que contará com o apoio de cientistas do Amazonas,  será  o “Estudo do Dengue na Região Norte/Sudeste do Brasil: criação de uma rede de estudos de pesquisa básica e aplicada”, cujo objetivo é desenvolver um antiviral contra o dengue.

Coordenado pelo cientista Amilcar Tanuri, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o projeto contará com o apoio de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fundação de Medicina Tropical (FMT-AM), Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane (Fiocruz/AM). Participarão também profissionais da Universidade Federal de Maringá e da empresa Cristalia.     

/Conforme a diretora técnico-científica da FAPEAM, Patrícia Sampaio, a instituição vem investindo em ações desta envergadura há seis anos e que já apresentam resultados importantes em pesquisas relacionadas ao dengue. Entre estas ações está o Programa de Pesquisas para o Sistema Único de Saúde (PPSUS), no qual a FAPEAM já investiu cerca de R$ 5,9 milhões, em parceria com o Ministério da Saúde/CNPq.

Segundo Sampaio, novamente os cientistas do Amazonas participarão de mais um esforço integrado, em rede nacional, reforçando competências locais que são importantes para a formação de recursos humanos qualificados para a região. “Serão desenvolvidas ações para diminuir o impacto do dengue na saúde da população amazonense”, ressalta.

Outras ações

A diretora técnico-científica disse, ainda, que a FAPEAM tem investido muito em pesquisas sobre doenças negligenciadas, como a malária. Recentemente, foi formada a Rede de Pesquisas em Malária (PRONEX – Rede Malária).

A Rede Malária contará com recursos da ordem de R$ 15 milhões, sendo R$ 10 milhões do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e CNPq, e o restante dividido entre as FAPs de Mato Grosso, do Pará, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Maranhão, de Minas Gerais e do Amazonas. A FAPEAM participará com investimentos de cerca de R$ 600 mil. 

A Rede Malária surgiu de uma iniciativa da FAPEAM.  “Ambas as redes (Malária e Dengue) são de longa duração e reúnem capital intelectual que trabalha com estas temáticas. Isso demonstra a competência e a qualidade do que vem sendo desenvolvido na região”, destaca Sampaio.   

Luís Mansuêto  – Agência Fapeam

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