Representante da SBF analisa ensino em Física


01/02/2011 – O Secretário para Assuntos de Ensino e atual presidente da Comissão de Ensino da Sociedade Brasileira de Física, professor Nilson Marcos Dias Garcia, participa do 19º  Simpósio Nacional de Ensino em Física (SNEF), cujo tema é “Qualidade no Ensino de Física: Perspectivas e Desafios no Século 21”. A Agência FAPEAM entrevistou o secretário, durante o evento, momento em que ele apresentou um quadro otimista sobre o ensino da física no Brasil. O evento ocorre até o dia 04/02, sexta-feira, no auditório Eulálio Chaves, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Confira:

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Agência FAPEAM: Como o senhor analisa o atual contexto do ensino da Física no Brasil?

vspace=10Nilson Garcia: O contexto do ensino da Física no Brasil tem sofrido bastantes modificações nos últimos anos, principalmente com o aumento do número de vagas e a possibilidade do acesso de estudantes do ensino fundamental ao ensino médio. Hoje, nós temos todo ensino fundamental garantido, isso repercute para que haja mais estudantes no ensino médio. Entretanto, temos uma carência de profissionais professores formados em Física para ministrar a disciplina. Ao mesmo tempo, percebemos que está havendo o incremento de iniciativas, tanto de instituições de ensino quanto do governo, no sentido de melhorar o material escolar para poder propiciar uma boa qualidade de ensino. 


Agência FAPEAM: As universidades brasileiras estão se reestruturando para avançar quanto à formação de profissionais. Essa mudança é vista de forma positiva. O que o senhor acha disso?

NG: A colocação no mercado de trabalho, de professores específicos em Física, é um problema antigo e passa inclusive pela valorização do profissional. Esse profissional tem sua significação no processo ensino-aprendizagem, mas, essa importância não tem sido acompanhada de uma valorização tanto das condições de trabalho quanto da remuneração profissional. Hoje, nós temos um significativo contingente de profissionais que se preparam para atuar no mercado de trabalho, no entanto, terminado o curso de graduação, migram para outras profissões que consideram mais rentáveis.

Agência FAPEAM: A realização de um evento em nível nacional e pela primeira vez na Amazônia é um fato histórico.  Como o senhor visualiza isso?

NG: O Simpósio tem sua importância, uma vez que a Sociedade Brasileira de Física (SBF) dá todo o suporte técnico e logístico para a realização do evento. A dinâmica de escolha para realização dos SNEFs é feita durante uma assembleia entre as diversas instituições interessadas, e então é deliberado o local de realização. Quando foi escolhida a cidade de Manaus, realmente foi gratificante, pois aqui as características tanto geográficas quanto humanas são bastante peculiares, visto que temos uma cultura local muito interessante e que vai trazer ao debate de Física questões que normalmente não estaríamos discutindo se o simpósio fosse realizado em outra região. Cito como exemplo o ensino em Física para as populações indígenas. Então, essa é uma característica deste Simpósio que se reveste de uma importância e de um significado especial, principalmente pelo fato de desmistificar aquela ideia de que a região somente se constitui de floresta.

Agência FAPEAM: A FAPEAM está dando apoio ao Simpósio e é a responsável no fomento da pesquisa em nosso Estado. Qual é a importância disso para a região?     

NG: Eu acho importante que todos os estados brasileiros tenham condições de fomentar pesquisa, ciência, tecnologia, cultura, para que haja possibilidade de reinvenção dos recursos no desenvolvimento das pesquisas locais. Então, realmente, é elogiável que o estado do Amazonas tenha uma Fundação dessa natureza, cuja preocupação é privilegiar e incentivar o incremento das pesquisas nesses campos.    

 

  Sebastião Alves – Agência FAPEAM 

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