Residência ecologicamente sustentável reduz consumo de energia elétrica
03/04/2013 – Com cerca de 30% a mais de investimento, o brasileiro pode construir uma casa com arquitetura moderna e ambientalmente sustentável. O valor a mais ajuda a natureza e o bolso, em médio e longo prazos. Isso porque o dinheiro usado nas melhorias estruturais retorna em um prazo de seis meses a cinco anos, dependendo da benfeitoria. O resultado é a queda nos valores da contas mensais de água e energia elétrica.
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Janelas maiores – medindo acima de 1,20 metros (m) de altura por metros de largura –, pé-direito (distância entre chão e teto) acima do padrão de 3 m e iluminação LED (Diodo de Emissor de Luz, na sigla em inglês) têm custo inicialmente elevado, porém o investimento mais alto é compensado em pouco tempo. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Amazonas (Sinduscon/AM), Eduardo Lopes, a construção de uma casa com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e varanda, com 200 metros quadrados de área construída, custa em torno de R$ 100 mil.
A mesma casa, quando erguida com modificações ecologicamente corretas, pode chegar a R$ 130 mil. “O valor investido é recuperado em até cinco anos. E, depois disso, todas as contas continuarão baixas. Apesar de os painéis solares (fotovoltaicos) serem comercializados a R$ 100 a placa mais barata – modelo de cinco watts, que gera até 30 watts de energia em seis horas -, eles se pagam com o tempo, na conta mensal”, explicou o presidente do sindicato. Ele disse, ainda, que a captação de luz do sol nos paineis é cara no início, mas ajuda na economia da energia elétrica tradicional, gerada ainda por combustível fóssil (petróleo), altamente poluidor.
Uma casa, mil ideias
A ideia de uma casa ambientalmente sustentável é realidade na residência do ecólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Bruce Forsberg. O norte-americano analisou diversas literaturas arquitetônicas e implantou sistemas de fluxo de ventilação e sombreamento natural, na própria casa.
Conforme o pesquisador, as árvores e plantas com altura maior que três metros auxiliam a diminuir a temperatura do ambiente. As copas fazem sombras, evitando a radiação solar direta nas paredes e janelas, o que aquece a casa. Somado à plantação de quatro samaúmas para ajudar no resfriamento, o telhado foi pintado de branco. O teto desta cor reflete a luz solar, refratando o calor para fora da casa.
As telas tipo mosquiteiro que ele instalou também auxiliam na circulação do ar. “Com os pés-direitos acima de três metros, a uma ventilação de janela aberta, fechada com telas, deixa o ar quente sair. O ar frio, mais denso e pesado, continuará no ambiente mais próximo ao chão. Mesmo durante o dia, o calor térmico à altura das pessoas é resfriado naturalmente”, garantiu o pesquisador.
O desenho da casa ecológica passa pela movimentação do Sol, conforme disse Forbesg. Nascendo sempre à leste e tendo o poente a Oeste, a estrela, em geral, passa verticalmente pelas casas e é necessário formatar o local das janelas de acordo com o deslocamento do Sol. E assim evitar a luz direta dentro da residência.
Ser ecológico
Manaus está em processo de verticalização contínuo. A cada mês, um empreendimento imobiliário é lançado pelas construtoras com prédios de tamanhos e formatos variados. As condições de pagamento, o conforto vendido pelas áreas de lazer e a segurança são os principais atrativos. Entretanto, as possibilidades de modificações estruturais sustentáveis, como em casas, são extremamente limitadas, apontou o arquiteto e urbanista Renato Rayol.
No imóvel, as ações ambientais devem ser realizadas em termos de isolamento térmico para diminuir a incidência solar. A utilização de aparelhos eletroeletrônicos com o selo do Procel A (mais econômicos), o investimento em iluminação com lâmpadas fluorecentes ou de LED e ainda o uso do material drywall são recursos de valor acima dos usados para a construção de uma casa comum.
“Em se tratando de sustentabilidade, é difícil sermos sustentáveis quando o assunto é apartamento. É incomum o cliente solicitar uma parede feita de restos de madeira prensada e colada; a decoração dentro do imóvel não possui efeitos diretos sobre a temperatura do ambiente; a cor das paredes é irrisória quanto às melhorias na iluminação e as janelas novas, com recursos para a telagem, precisam ser do tamanho exato da original. É difícil ser ecológico no Brasil”, finalizou o arquiteto.
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Fonte: Juçara Menezes – Portal Amazônia