Secretários de C&T do Norte e do Nordeste querem que plano do MCT ajude a amenizar as desigualdades regionais

13:50 - 03/01/2008

Os secretários estaduais de C&T das regiões Norte e Nordeste estiveram reunidos, na semana passada, em Salvador (BA), para discutir uma agenda comum de trabalho. Entre os pontos debatidos no encontro, está a necessidade de garantir o repasse federal, por meio do Plano de Ação do MCT, em ações que ajudem a amenizar as desigualdades entre as regiões.

Segundo informações da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), instituição associada à ABIPTI, umas das conseqüências do desnível incluem a evasão de doutores formados em universidades do Norte e Nordeste para sistemas mais consolidados, como nas regiões Sul e Sudeste. Outro tema debatido foi a carência, nas regiões Norte e Nordeste, de mão-de-obra qualificada para as áreas tecnológicas.

O secretário de CT&I, Ildes Ferreira, defendeu a necessidade de se criar uma ação mais protagonista e articulada na aquisição de recursos junto ao MCT e outros órgãos federais. Dados divulgados pela Secti mostram que o percentual de bolsas concedidas pelo CNPq para alunos de graduação de instituições nordestinas no ano de 2006 foi de 21,7%, menos da metade do que recebeu o Sudeste brasileiro (46,5%).

A carência de mão-de-obra também foi um ponto levantado pelo secretário do Desenvolvimento Econômico e da C&T de Sergipe, Jorge Santana, que considerou esse problema comum a maioria dos Estados nordestinos. Na ocasião, ele sugeriu que os Estados se inspirem na experiência do doutorado da rede de biotecnologia Renorbio para criar cursos em outras áreas. Outra proposta seria investir na formação de mão-de-obra técnica profissional.

Já o secretário de C&T e Meio Ambiente de Pernambuco, Aristides Monteiro, afirmou que o encontro na Bahia é o primeiro passo em prol da consolidação da parceria com foco no desenvolvimento regional. “Não podemos contar apenas com incentivos fiscais e de crédito para a promoção do desenvolvimento. É preciso notar que o conhecimento e a criatividade, inerentes à pesquisa científica, são características fundamentais”, destacou Monteiro, que também é vice-presidente da ABIPTI pela região Nordeste.

Congresso Nacional

Durante o encontro, o secretário de C&T e de Ensino Superior do Ceará, René Barreira, defendeu uma maior articulação entre os Estados e as bancadas nordestinas no Congresso Nacional. Segundo informações da Secretaria de C&T e Meio Ambiente de Pernambuco (Sectma), Barreira ainda sugeriu que a popularização da ciência e tecnologia e criação de pólos tecnológicos estejam articuladas com as vocações de cada Estado. “Podemos imaginar uma emenda de caráter nacional e, quem sabe, possamos agendar um encontro em Brasília com os parlamentares do Norte e Nordeste”, propôs o secretário.

Região Norte

O secretário de C&T do Tocantins, Osmar Garcia, representou os Estados do Norte, durante a reunião, onde apresentou um levantamento de demandas comuns àqueles Estados. Entre elas, os investimentos em infra-estrutura de comunicação; programas de pós-graduação strictu sensu em atividades como agronegócio, pecuária, biocombustível e informática; e desenvolvimento de programa de modernização administrativo e tecnológico das Secretarias de C&T.

Ainda de acordo com a Secti, Garcia propôs investimentos que contemplem as vocações de cada região. Ele citou como exemplo as pesquisas na área da biodiversidade. “No entanto, até o momento, somente os Estados do Pará e do Amazonas têm centros importantes voltados ao tema”, lembrou.

A Sectma-PE também é uma instituição associada à ABIPTI.

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