Serviços Ambientais garantem manutenção da biodiversidade
Há pouco mais de um ano, o Amazonas abriga seis Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), que juntos, em quatro anos, vão receber recursos na ordem de R$ 30 milhões, dos quais, cerca de R$ 19,1 milhões, oriundos do MCT por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (MCT/CNPq), R$ 10,2 milhões como contra partida do Governo Estadual por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e ainda R$ 600 mil da FAP de Santa Catarina.
Um desses institutos, o de Serviços Ambientais da Amazônia (Servamb), está em fase inicial do projeto, providenciando a compra de equipamentos e a contratação de pesquisadores. Atualmente, ele conta com 26 pesquisadores de diferentes instituições. Com investimentos de R$ 4 milhões, o INCT destinará os recursos para diversas ações do projeto, tais como contratação de recursos humanos e compra de equipamentos aplicados até 2011.
Segundo o coordenador deste INCT, Philip Fearnside, o instituto tem uma importância muito grande para a região, pois tem como desafio central desenvolver e aprimorar metodologias para a quantificação e valoração dos serviços ambientais prestados pela Floresta Amazônica.
“A Floresta Amazônica fornece serviços ambientais à região amazônica, ao Brasil e ao mundo como um todo. Estes serviços podem ser agrupados em manutenção de biodiversidade, ciclo hidrológico e armazenamento de carbono”, disse.
O armazenamento de carbono, por exemplo, contribui em evitar a emissão de gases que provocam o efeito estufa , que é de preocupação mundial. Logo, a capacidade do Brasil para evitar essas emissões representa um valioso recurso para a mitigação do aquecimento global, segundo o pesquisador.
Embora os serviços ambientais da Floresta Amazônica tenham grande valor, a tradução destes, em fluxos financeiros, encontra-se em fase inicial, sendo que o papel dos processos, na região, na mitigação do aquecimento global é aquele que está mais próximo de gerar recursos em grande escala.
Atualmente, os pesquisadores trabalham para promover a capacitação de gestores, tomadores de decisão, educadores, representantes da sociedade civil organizada e agricultores em temas relacionados com a conservação dos serviços ambientais e analisam o efeito sobre os serviços ambientais resultante da criação de áreas protegidas em modelos de desmatamento.
Sobre os institutos
Os seis institutos aprovados para o Amazonas atuam em áreas bem definidas que abordam pesquisas relacionadas aos ambientes aquáticos amazônicos, à biodiversidade e ao potencial biotecnológico da região, serviços ambientais para a preservação da floresta, manejo florestal com destaque para socialização, transferência de tecnologia florestal no uso da madeira e seus resíduos e a antropologia envolvendo as questões sociais das populações da Amazônia e do sul do país.
Ao final das atividades, em 2011, os projetos dos INCTs apresentarão resultados concretos e práticos, promovendo, além da produção científica, a formação de mestres e doutores para a região amazônica, a realização de cursos e oficinas e, ainda, o desenvolvimento tecnológico e de inovação com a identificação de produtos com potencial e valor comercial para a sociedade.
Ulysses Varela – Agência Fapeam