Site ajuda a divulgar espécies de árvores encontradas na Amazônia


16/02/2011 – Desde 1979 o Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) desenvolve, dentro do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o monitoramento de árvores da Floresta Amazônica. Após anos de pesquisas com resultados relevantes sobre a identificação das espécies, o projeto decidiu disponibilizar aos interessados os resultados já encontrados.

 

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/flora1.jpgPara conhecer quais espécies compõem a maior floresta tropical do planeta basta acessar o site floravirtual, que disponibiliza uma lista com a variedade de espécies arbóreas da Amazônia Central,  que chega a 3080 árvores identificadas durante o período da pesquisa.

 

Para a Mestra em Ecologia e pesquisadora do Inpa, Ana Cristina Segalin de Andrade, a necessidade de desenvolvimento do projeto para listar as espécies surgiu a partir do monitoramento das árvores da floresta, por meio do qual novas árvores passaram a fazer parte da série de dados que o projeto mantém.

 

“Acreditamos que o site pode funcionar como um meio de interação com outros profissionais que pesquisam a identificação taxonômica na Amazônia”, disse Andrade.

 

A pesquisadora ainda ressaltou que a área tem uma carência no que se refere às ferramentas que auxiliam neste processo. “Qualquer ferramenta que nos ajude a identificar amostras botânicas é importante para o nosso trabalho”, afirmou.

 

Publicação de artigo científico

 

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/flora.jpgAlém da lista das espécies botânicas, o site também disponibiliza uma série de artigos científicos sobre o tema que foram publicados em revistas nacionais e internacionais, o que segundo os organizadores faz da iniciativa a melhor maneira de divulgar  as espécies já registradas, tornando o site uma eficaz ferramenta de comunicação.

 

Andrade também salientou que o estudo a longo prazo investigou o efeito da fragmentação da floresta sobre a comunidade de árvores. “O monitoramento dessas plantas é realizado em intervalos de 4 a 6 anos em 69 parcelas de 1 hectare. Em cada parcela são medidos o diâmetro dos troncos  e a altura, a partir do chão, de todas as árvores com tamanho maior ou igual a 10cm”, explicou.

 

A pesquisadora complementou, ainda, que a partir da criação do site foi possível reunir cerca de 1200 morfoespécies, ou seja, espécie tipológica reconhecida apenas pela morfologia, todas com imagens coletadas nas áreas de estudo. “A digitalização das imagens nos permitiu realizar um tratamento (contraste e brilho) para melhorar a visualização das estruturas da planta e o seu reconhecimento”, comentou. 

 

Benefícios

De acordo com a pesquisadora, os maiores benefícios que o projeto trouxe foram a possibilidade de saber quais as morfoespécies ocorrem na área de estudo e a nomenclatura adotada para cada uma delas. “Muitas vezes, as comparações entre comunidades de plantas de localidades diferentes são limitadas”, destacou Andrade.

 

Outro benefício trazido pelo estudo é o desdobramento de novas pesquisas, sendo que grande parte delas vai necessitar futuramente de alguma informação relacionada à ocorrência de espécies de árvores. “Através do site esta informação estará facilmente disponível para qualquer pesquisador que trabalhe ou esteja com intenção de trabalhar nessa área", concluiu.

 

PIPT possibilitou o estudo

 

O projeto teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio do Programa Integrado de Pesquisa e Inovação Tecnológica (PIPT), cujo objetivo é apoiar, com auxílio-pesquisa e bolsas, mestres e doutores vinculados a instituições públicas e privadas sem fins lucrativos interessados em realizar pesquisas científicas e  tecnológicas no Amazonas.

 

A pesquisadora ressaltou que o apoio da FAPEAM é essencial para o crescimento científico no Estado. “As oportunidades de financiamento à pesquisa aumentaram bastante, favorecendo ao desenvolvimento de estudos que, muitas vezes, não são contemplados em editais nacionais de pesquisa”, finalizou.

 

Sebastião Alves – Agência FAPEAM

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