Soroprevâlencia em HIV é analisada pelo Hemoam
Além de ser um gesto humanitário, doar sangue é um procedimento bastante seguro no Amazonas. Pesquisas realizadas pela Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Amazonas (Hemoam) em soroprevalência do vírus HIV em doadores de sangue no Estado indicam ser baixo o número de doadores com a presença do vírus.
O estudo revela que 0,1% dos doadores de sangue estão infectados com o vírus HIV. De acordo com a farmacêutica e bioquímica Kátia Luz Torres, coordenadora do projeto, a maioria da soropositividade detectada corresponde a doadores de primeira vez. A pesquisa conta com recursos financeiros da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), em parceria com Ministério da Saúde (MS), por meio do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) e o Programa de Infraestrutura (PInfra).
“O índice não é grande, porque os doadores fidelizados são pessoas que cuidam da saúde e cultivam o hábito de não se exporem aos riscos. Por outro lado, existem doadores que procuram o Hemoam apenas para verificar uma suspeita. Estes não são doadores potenciais, o que não é bom para a Fundação”, observou.
Torres explicou ainda que por meio das pesquisas sobre a prevalência do HIV, foi possível conhecer mais o funcionamento da rotina dentro do banco de sangue, aprimorar o processo de triagem e aumentar a qualidade do produto.
“Após as pesquisas sobre a soroprevalência, fizemos estudos moleculares por meio dos quais desenvolvemos técnicas que possibilitaram não só procurar o anticorpo, mas também procurar o RNA (material genético) onde ocorrem as mutações do vírus”, comentou.
Segundo a pesquisadora, somente mais dois institutos possuem Laboratório de Biologia Molecular para este fim na região Norte. A Fundação de Medicina Tropical (FMT/AM) e a Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Pará (Hemopa). No entanto, como Centro de Pesquisa, o Hemoam é mais apto para fazer os testes de HIV. “Estamos habilitados para isso devido à estrutura eficiente que montamos com os recursos dos projetos”, observou.
Torres destacou também que o Hemoam não é um centro especializado no tratamento de doenças infecciosas. A instituição possui apenas um ambulatório de doadores soropositivos para encaminhar o paciente a uma consulta especializada.
Nesse caso, o paciente vem doar e se a sorologia for positiva, seja qual for a patologia, ele é encaminhado, automaticamente, a um médico que o submeterá a novos exames. Uma vez confirmada a infecção, o paciente é direcionado a Fundação de Medicina Tropical para fazer o tratamento adequado.
Saiba mais sobre o HIV
Segundo Torres, além do contato sexual, existem outras maneiras de contaminação. “O HIV é uma doença transmitida pela corrente sanguínea em todas as suas variações. Qualquer contato com soluções derivadas do sangue podem transmiti-lo, seja pelo contato sexual, pela via placentária e inclusive no tratamento com hemodiálise”, explicou.
Sobre o PPSUS
O PPSUS apoia pesquisas voltadas ao combate de problemas na saúde pública. O programa, desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), consiste em apoiar, com recursos financeiros, projetos de pesquisa que visem à promoção do desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na área de saúde no Estado do Amazonas. Já o Programa de Infraestrutura para o Desenvolvimento de C&T no Amazonas, destina-se a apoiar a melhoria da estrutura física dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu (PPGSS) gratuitos credenciados ou em processo de credenciamento na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a consórcios de grupos de pesquisa do Estado do Amazonas, a partir dele, o Hemoam reformou as instalações da Diretoria de Ensino e Pesquisa, implantou um laboratório de biologia molecular e comprou equipamentos com tecnologia de ponta.
(Fotos: Ricardo Oliveira)
Kelly Melo e Carlos Fábio – Agência Fapeam