Tecnologia é utilizada para coleta de dados sobre clima e ambiente


30/01/2012 – Um grupo de universitários de vários cursos da Escola Superior de tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA) desenvolveu um aparelho inovador e de baixo custo que vai auxiliar os estudos na área de clima e meio ambiente. O aparelho está em fase de teste, mas segundo o pesquisador Júlio Tota, responsável pelo trabalho, vai inovar o cenário tecnológico das pesquisas de levantamento dos gases do efeito estufa.

 

O aparelho vai transmitir dados referentes aos gases do efeito estufa sem a necessidade de cabos, método atualmente utilizado nessas coletas e que segundo o pesquisador custa muito caro. “Com a migração de inovação tecnológica para os  rádios transmissores, com os aparelhos de alta frequência de dados, é possível pegar qualquer o sinal de qualquer aparelho há uma distancia de até 12 km”, revelou.

 

De acordo com o pesquisador a principal contribuição desse aparelho está concentrada na diminuição de custo e o benefício de adquirir dados com o menor número de equipamentos possível e em tempo real. “Criamos um sistema de aquisição de dados que não usa os sistemas operacionais tradicionais, que são maiores e consomem mais energia”, explicou.

 

Tota salientou que com esse aparelho os dados sobre o clima e os gases chegarão mais rápido e poderão ser melhor armazenados. “As informações serão transmitidas via rádio por sensores micrometeorológicos que são usados para medir as variáveis como a pressão e temperatura do clima, além da umidade, velocidade e direção do vento, gases de efeito estufa, concentração de dióxido de carbono ougás carbônico, concentração do vapor de água e o metano que são os três principais gases do efeito estufa, foco principal da pesquisa que realizamos”, ressaltou Tota.

 

O aparelho será instalado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, onde está sendo desenvolvido um trabalho interinstitucional entre a UEA, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Max Planck Institute. A pesquisa recebe apoio do Governo do Estado do Amazonas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM).

 

Transmissão sem fio

 

vspace=10Para o pesquisador, esse trabalho é um grande passo principalmente para as pesquisas de campo, pois a transmissão de dados no meio da floresta é algo bastante complexo e caro. “O primeiro passo foi eliminar os cabos, transmitindo os dados em tempo real em qualquer velocidade, por exemplo existem equipamentos que podem apresentar  30 medidas por segundo, ou seja, é uma alta taxa de transferência de dados. Com a transmissão via rádio teremos uma amostragem ultra-sônica, esse trabalho foi um grande desafio para os estudantes que em dois meses de trabalho já conseguiram um avanço importante”, frisou.

 

“Estamos bastante otimistas em aplicar isso no campo. Temos condições de instalar equipamentos de menor custo, com melhor  capacidade de armazenamento de dados e sem necessidade de transmissão via cabo em qualquer área remota” explicou Tota.

 

De acordo com o pesquisador, realizar um projeto científico custa caro, pois além da necessidade de infra-estrutura, logística é necessário realizar a compra de instrumentos para desenvolvimento. Por isso decidiu convidar estudantes de outras áreas como: elétrica, eletrônica, computação e automação da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) para além de despertar a vocação científica criarem aparelhos semelhantes para suprir a necessidade dos atuais, devido ao alto custo.

 

 

“É uma inovação muito grande. É primeira vez que isso está sendo feito isso é inovação tecnológica, pois saímos de uma plataforma totalmente rústica para irmos para uma plataforma totalmente avançada o custo é menor do que uso de aparelhos comerciais”, informou o pesquisador.  

Custo benefício

 

Em uma tabela comparativa detectamos que um aparelho comercial para o serviço transmissão de dados custa em torno de R$3 mil reais, já este feito por alunos fica em cerca de R$ 300 reais. O pesquisador ressalta que além do valor ser menor, os equipamentos não precisam de cabos o que vem a ser uma inovação tecnológica, devido antes ter que carregar em torno de 300 metros de cabos para o meio da floresta.

 

O projeto estima um investimento de cerca de R$ 25 milhões de reais sendo oriundos da Universidade do Estado do Amazonas em parceria Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)  e parte da Alemanha. De acordo com o pesquisador o recurso inicialmente está sendo investido na compra de equipamentos e fabricação de torres.

 

Redação: Esterffany Martins e Rosilene Corrêa

Agência Fapeam

 

Um dos estudantes que auxilia na pesquisa é o estudante e bolsista do programa de apoio a iniciação científica (Paic) Salomão Moraes, ele destaca o trabalho e o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) para o despertar da carreira científica.

“Antes eu pensava em ir para o distrito industrial, mas esse trabalho e o apoio da FAPEAM, me ajudaram a optar pelo o lado da pesquisa. Eu, já fui bolsista do Paic e isso me ajudou muito também para escolher o tema do meu TCC”, disse o estudante.

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