Ufam lança programas de incentivo à produção científica


O tema “Política de Pós-Graduação” marcou o segundo momento do IV Seminário de Avaliação do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), na tarde de quinta-feira, no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

A mesa-redonda que se seguiu à conferência de Abertura reuniu como expositores o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), Altigran Soares da Silva, e o pró-Reitor de Ensino e Graduação (Proeg), Bruce Osborne. Os dois debateram com convidados e professores presentes as ações da Ufam no âmbito da pós-graduação.

 

Altigran Soares abriu disparando novidades como o lançamento, este ano, de três grandes programas de incentivo à produção científica de alunos da Pós-Graduação: o Caximi, o Nhengatú e o Tucandeira. O Caximi incentiva artigos e periódicos e premia em R$ 2 mil cada artigo publicado. O Nhengatú fornece uma ajuda de custo de até R$ 500 para o pagamento de empresas terceirizadas que realizem a tradução do português para o inglês ou francês de artigos internacionais. E o Tucandeira concede um kit de material composto por um computador, mesa e impressora para quem entrar no doutorado.

 

O pró-reitor asseverou que, pela primeira vez, o número de doutores na Universidade do Amazonas ultrapassa o número de mestres. “Pode parecer um dado irrelevante, mas não é”, disse. Para ele, isso implica em uma mudança no perfil da Universidade, que amplia a sua missão de simples formadora de profissionais graduados dirigidos ao mercado de trabalho para uma instituição que tem a responsabilidade de refletir e produzir o conhecimento que vai influenciar diretamente no desenvolvimento e na organização social da região amazônica.

 

Altigran apresentou quadros demonstrativos da existência de 36 programas de mestrado e de apenas 8 de doutorado dentro da UFAM. “Temos como meta aumentar a visibilidade dos cursos de pós-graduação. Vamos levar a pós para o interior e estamos trabalhando pelo fortalecimento dos programas de doutorado”. Informou também que dos 36 mestrados existentes, 20 foram criados nos últimos oito anos e todos apresentam avaliação de níveis 3 e 4 junto à (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

 

Para tentar entender melhor porque alguns programas permanecem a algum tempo com nível 3 de avaliação e outros não conseguem chegar ao nível 5, a Porpoes realizou um levantamento junto aos programas de pós-graduação com o objetivo de detectar entraves a esse desenvolvimento.

 

O resultado parcial do estudo provocou um longo debate e diversas intervenções durante o Seminário de Avaliação do PPGSCA. A baixa produção científica aparece em primeiro lugar entre os empecilhos para a melhoria da pós-graduação. Em segundo lugar, a pesquisa alerta para o fato de que, em 65% dos programas em funcionamento, o corpo discente não desenvolve produção científica.

 

Para os professores Narciso Lobo e Antônio Carlos Witoski, docentes do PPGSCA, a Propesp precisa também voltar a atenção para a Editora da Universidade do Amazonas (Edua). A editora é reconhecida, hoje, pelos livros com excelente acabamento e conteúdo, porém, detentora de processos administrativos complexos que impedem uma produção contínua. A melhoria das bibliotecas também é apontada como um fator “inegociável” para o bom funcionamento da pós-graduação na Ufam.

Elizabeth Cavalcante – Agência Fapeam

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