Unindo forças contra a malária


Unindo forças contra a malária As fundações estaduais de amparo à pesquisa representam a grande novidade no estímulo ao avanço da ciência no Brasil. Até há pouco tempo restritas a cinco estados, hoje elas somam vinte e três instituições. Ao lado das agências federais de fomento, somam esforços e recursos para oferecer condições favoráveis a que o país ocupe o seu merecido lugar ao lado de outras nações que despertaram para o fato de que produzir conhecimentos científicos e inovação tecnológica são fatores essenciais ao desenvolvimento e à consolidação da soberania. Reporto-me a isso em função de três considerações que têm estreito nexo entre si. A primeira tem a ver com o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), dando conta de que o Brasil está entre os 30 países com maior incidência de casos de malária, particularmente concentrados na Região Norte e nos estados do Mato Grosso e Maranhão. Apesar do desencontro dos números (A OMS diz terem sido registrados 1,4 milhão de casos da doença no país; o ministro da Saúde bate pé que foram apenas 550 mil), o fato inquestionável é que o número de mortes causado pela doença, principalmente entre crianças menores de cinco anos, o rastro de sofrimento deixado pelo caminho e a fabulosa soma de recursos públicos investida no seu controle são razões suficientes para empreender uma luta mais sistemática contra a malária. A segunda consideração – que representa uma grande novidade – diz respeito à iniciativa do Amazonas, por meio de sua fundação de amparo à pesquisa – Fapeam, em articular a criação de uma rede de pesquisa em malária – a Rede Malária – que, solidariamente, encontrou eco em seis outros estados da federação – Pará, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Somados, os recursos estaduais e federais, via CNPq, já indicam investimentos de 20 milhões de reais, podendo alcançar os 30 milhões com a boa parceria do Ministério da Saúde. Na prática e no formato da Rede, pela primeira vez, e de forma articulada, tantas fundações estaduais de amparo à pesquisa, instituições federais e cientistas unirão esforços, recursos e diferentes competências científicas em prol de uma causa objetivamente comum. A terceira e última consideração tem como foco o IX Encontro Nacional de Pesquisadores em Malária, sediado em Manaus a partir deste domingo e reunindo mais de duas centenas de cientistas brasileiros e de diversas outras nacionalidades. Não poderia haver melhor cenário para socializar o ineditismo da ação, que resultará na criação da Rede Malária.

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