Workshop ressalta a importância da ciência nas atividades periciais

Tardelli afirmou que o perito criminal precisa ser uma pessoa altamente preparada e qualificada, pois seu ambiente de trabalho sofre diversas pressões. Foto: Carlos Fábio/Agência FAPEAM.
Na data alusiva ao dia nacional do perito oficial, o Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), órgão vinculado à Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), realizou nesta quarta-feira (4) o ‘1º Workshop sobre Casos de Perícia’. Com o tema ‘A Ciência contra o Crime’, o evento contou com a parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), e ocorreu no auditório do Ministério Público Estadual.
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O evento tem por objetivo difundir as ações da perícia na sociedade e de como a ciência colabora na resolução de crimes. Palestrantes que atuaram em crimes de repercussão nacional, como os casos de Suzane Richthofen e Mércia Nakashima, comentaram sobre os desafios da perícia durante as investigações.
Segundo o advogado e palestrante Roberto Tardelli, na época promotor de Justiça do Estado de São Paulo, atuante no caso de Suzane Richthofen, o perito criminal precisa ser uma pessoa altamente preparada e qualificada, pois seu ambiente de trabalho sofre diversas pressões, por exemplo, da opinião pública e da mídia. “A ciência e a tecnologia são fundamentais, entretanto é essencial ter qualificação profissional e vontade de superar desafios. Não adianta ter uma Ferrari se a pessoa não sabe operar”, comentou.

Para especialistas, perícia técnica é peça chave na resolução de crimes. Foto: Carlos Fábio/Agência FAPEAM.
Para Tardelli, na resolução do caso Richthofen, uma série de fatores contribuiu para o sucesso das investigações. “A eficácia e determinação da delegada responsável e uma perícia técnica bem preparada, sem estrelismo, sem utilização do caso como trampolim para a carreira foram peças chaves para o sucesso no caso”, disse.
Perícia técnica é peça chave na resolução de crimes
Para o Diretor do DPTC, Jefferson Mendes, a perícia criminal é fundamental no contexto de se fazer justiça, pois prova por meios técnicos se determinada pessoa é culpada ou inocente. Entretanto, faz-se necessário que a sociedade conheça mais as ações desse profissional. “Queremos difundir mais a pericia para a população. O objetivo do evento é apresentar a pericia à sociedade”.
Mendes destacou ainda a ajuda da Ciência no desenvolvimento das ações. “Por meio de parcerias com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Universidade Estadual do Amazonas (UEA), conseguimos desenvolver novas técnicas de investigação científica que nos ajudam a provar determinadas situações”, ressaltou.

O evento tem por objetivo difundir as ações da perícia na sociedade e de como a ciência colabora na resolução de crimes. Foto: Carlos Fábio/Agência FAPEAM.
Outro convidado do evento, o Procurador Geral de Justiça do Amazonas, Carlos Fábio Braga Monteiro, comentou sobre o papel da perícia na resolução de crimes na sociedade. “Na área criminal, deparamo-nos com essa dificuldade no dia a dia, pois dependemos quase que exclusivamente do depoimento de testemunhas. Se nós tivermos uma pericia técnica-científica aprimorada e eficiente, utilizando todos os mecanismos que a ciência coloca à disposição, ajudará muito para que elucidemos os crimes”, afirmou.
Saiba mais sobre o Dia Nacional do Perito Oficial
O dia 4 de dezembro foi definido como o Dia Nacional do Perito Oficial, conforme a Lei nº 11.654, de 15 de abril de 2008. A data é uma homenagem ao nascimento do perito Otacílio de Souza Filho, considerado o patrono dos Peritos Oficial.
Otacílio foi designado para efetuar uma perícia no interior de Minas Gerais, em um local onde ocorreu duas mortes violentas. A tragédia teria ocorrido na Serra da Moeda, no interior do município de Congonhas. O local, de difícil acesso, provocou a morte do perito, que ao tentar chegar até o local onde se encontravam os corpos das vítimas, perdeu o equilíbrio e caiu, vindo a falecer.
Carlos Fábio Morais Guimarães – Agência FAPEAM