Cultivo de planta amazônica é alternativa para escassez de celulose no País


20/03/2012 – A escassez de matéria-prima para produção de papel no País despertou interesse da ciência na busca de soluções para esse segmento da indústria. Na região amazônica, a Shizolobium amazonicum, conhecida como Paricá é uma das espécies madeireiras mais procuradas por empresas das regiões Norte e Nordeste.

Entretanto, resultados preliminares de uma pesquisa, desenvolvida no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), pelo mestrando em Clima e Ambiente, Igor Oliveira Ribeiro, apontam que a espécie também tem potencial para ser cultivada no sudeste do País, o que pode ser uma solução para reverter as dificuldades em encontrar a matéria-prima em outras regiões brasileiras. Essa conclusão parcial do trabalho será apresentada no 16º Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), que será realizado de 13 a 18 de abril em Foz do Iguaçu, no Paraná.

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O pesquisador participará do evento com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio do Programa de Apoio à Pesquisa em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape).

"Por ser uma espécie de origem na região Norte, o Paricá necessita de precipitação (chuva), umidade e temperatura em níveis elevados para cultivo e produção", disse Ribeiro.

O objetivo da pesquisa é acompanhar e apresentar os parâmetros médios anuais de temperatura, precipitação e deficiência de água do Espírito Santo para auxiliar no cultivo do Paricá e na tomada de decisões para utilização da espécie para produção de celulose.

O estudo é desenvolvido no Inpa desde 2012, com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Sobre o Paricá

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A espécie é cultivada em grande escala nos Estados do Pará e do Maranhão, com elevada cotação no mercado interno e externo. A árvore pode alcançar entre 15 e 40 metros de altura e 50 a 100 centímetros de diâmetro.

A madeira é empregada na fabricação de palitos de fósforo, saltos de calçados, brinquedos, maquetes, embalagens leves, canoas, forros, miolo de painéis e portas, formas de concreto, laminados, compensados, celulose e papel.

 A árvore é indicada para plantios comerciais, sistemas agroflorestais e reflorestamento de áreas degradadas, devido ao seu rápido crescimento e ao bom desempenho tanto em formações homogêneas quanto em consórcios. Por sua arquitetura e floração vistosa, pode ser empregada em arborização de praças e jardins amplos. A casca pode servir para curtume e as folhas são usadas como febrífugo por algumas etnias indígenas.

Produção de papel

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), realizado em fevereiro, há 220 empresas em atividade em 540 municípios brasileiros.

O Território Nacional abriga 2,2 milhões de hectares de florestas plantadas para fins industriais que geram 128 mil empregos diretos e 575 mil indiretos. Com exportações de madeiras e produtos madeireiros, o Brasil lucrou US$ 7.2 bilhões em 2011 e ainda há previsão de US$ 12 bilhões para serem investidos pelos próximos 10 anos.

Para acessar informações sobre o pesquisador Igor Oliveira Ribeiro, clique aqui.

Sobre o PAPE

O Programa de Apoio à Pesquisa em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape), financiado pelo Governo do Amazonas por meio da FAPEAM, apoia a participação de pesquisador em eventos científicos e tecnológicos para exposição de trabalho científico ou tecnológico de sua autoria, não publicado, resultante de pesquisa desenvolvida no Estado do Amazonas.

Foto 02: Paricá (Divulgação)

 Agência FAPEAM

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