Estudo aponta variabilidade nos casos de Leishmaniose em Manaus
17/12/2012 – Uma pesquisa de mestrado realizada no Amazonas analisou os casos de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) e sua relação com os fatores climáticos e ambientais na Região Metropolitana de Manaus utilizando dados das séries temporais dos números de casos da doença no período de 2002 a 2009. Entre os resultados, foi comprovado que a região analisada é uma área endêmica e suscetível a variabilidades no decorrer do ano.
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A pesquisa intitulada ‘Casos de Leishmaniose Tegumentar Americana na Região Metropolitana de Manaus e suas relações com a dinâmica da vegetação e com a variabilidade climática’ é de autoria do mestre em Clima e Ambiente, Afrânio de Lima Carvalho. O estudo, concluído em 2011, foi realizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa Institucional de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu (Posgrad).
De acordo com Carvalho, o estudo analisou o número de casos da doença na Região Metropolitana, suas relações com a dinâmica da vegetação e da variabilidade climática e possibilitou comprovar que a região analisada em Manaus é uma área endêmica com surtos mensais intercalados durante o ano, para doenças tropicais causadas por vetores, onde se pode destacar a LTA.
“Os resultados ainda mostram que as séries de LTA sobre a Região Metropolitana de Manaus e seus municípios de proximidade (Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva) apresentaram um ciclo sazonal e uma variabilidade interanual, e que esta região concentra a maior quantidade de casos de LTA do Estado, segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep/2010)”, explicou.
O pesquisador também destacou que durante o desenvolvimento do estudo foi possível observar que as áreas de risco são mais abrangentes no período de novembro a junho, enquanto que uma redução acentuada destas áreas é observada no período de julho a outubro. “Esse comportamento é consistente com a variabilidade anual de precipitação na região, a qual modula as variáveis ambientais utilizadas neste estudo”, frisou.
Para Carvalho, a pesquisa contribui de forma relevante para a adoção de políticas públicas que resultem numa maior vigilância regional desta infecção, podendo ser utilizada para fins de monitoramento. “Neste contexto, o monitoramento de áreas com condições ambientais favoráveis para ocorrência do vetor da LTA poderá auxiliar estudos de identificação e quantificação dos flebótomos, reservatórios e patógenos da LTA”, finalizou.
O que é Leishmaniose?
A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença causada por protozoários do gênero Leishmania que acomete a pele, causando úlceras, e pode evoluir para formas mutilantes ao atingir a mucosa dos indivíduos infectados. Atualmente, a LTA é considerada um problema de saúde pública em 88 países, distribuídos em quatro continentes: Américas, Europa, África e Ásia. Anualmente, apresenta registros de 1 a 1,5 milhão de casos. Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) a considera uma das cinco mais importantes doenças infecciosas, pelo seu alto coeficiente de detecção e capacidade de produzir deformidades.
Sobre o Posgrad
O Posgrad consiste em apoiar, com bolsas de mestrado e doutorado, e auxílio financeiro, as instituições localizadas no Estado do Amazonas que desenvolvem programas de pós-graduação Stricto Sensu credenciados pela Capes.
Janaina Karla – Agência FAPEAM