Ações integradas em educação projetam futuro da ciência no AM


06/12/2012 – Uma iniciativa voltada para o aumento e para a qualidade dos futuros engenheiros e profissionais de Tecnologia da Informação formados no Amazonas promete mudar o cenário da atuação destes profissionais no Estado nos próximos anos. A ação abrange o Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Engenharias no Amazonas (Pró-Engenharias) e o Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Tecnologia da Informação (RH-TI), que estão em pleno desenvolvimento e visam acompanhar a evolução, num primeiro momento, de 80 estudantes (40 de cada área) da rede pública de ensino do Estado que por meio da iniciativa ganham bolsas de estudo, aulas de reforço no contraturno escolar e preparamento e acompanhamento também no primeiro ano da faculdade.

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Os programas, que iniciaram em julho de 2012, com duas turmas de alunos do 2º ano do Ensino Médio, que foram selecionados por meio das melhores notas no Processo Seletivo Contínuo da Universidade Federal do Amazonas (PSC/Ufam), consistem em uma iniciativa do Governo do Amazonas, por meio de uma parceria entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e contam com um investimento de R$ 1,6 milhão que inclui uma bolsa mensal de Iniciação Científica Júnior Especial para os estudantes, no valor de R$ 190, durante a participação nos projetos no Ensino Médio e R$ 360 no primeiro ano de graduação, caso o participante seja aprovado em cursos ofertados por universidade pública.

Segundo a diretora-presidenta da FAPEAM, Maria Olívia Simão, há uma preocupação do Governo e da FAPEAM com a construção da base da pirâmide do conhecimento, demonstrando que o investimento a longo prazo para a formação de Recursos Humanos é o caminho para o Estado ter, no futuro, profissionais qualificados, excelência tecnológica e capacidade para inovar.

“Essa é uma política prioritária não somente para a pós-graduação, mas também na Educação Básica. Se nós não investirmos na melhoria da Educação Básica, cada vez mais, teremos doutores e mestres míopes”, frisou.           

Outras áreas

Na mesma linha apontada pelo setor industrial, que pela primeira vez coloca a educação como fator de competitividade, a FAPEAM desenvolve ações convergentes em todas as áreas e níveis de formação acadêmica, que vão desde a educação básica até o pós-doutorado.

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A diretora-presidenta acredita que, com estas iniciativas, na atualidade, a FAPEAM participa ativamente do processo de desenvolvimento científico e tecnológico, utilizando como exemplo as ações de fomento à Educação Básica, fortalecida por meio de ações como Programa Ciência na Escola (PCE), o Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (Paic) e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (Pibic Jr), que foi o primeiro programa de apoio da Fundação, que em parceria com o CNPq, consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, a inserção de estudantes de Ensino Médio em projetos de pesquisa em instituições públicas e privadas do Estado do Amazonas.

“A Educação Básica é o suporte para que o Estado alcance um patamar de desenvolvimento. Não se pode construir um prédio sem o alicerce e, por conta disso, não haverá transformação, sem pensar em CT&I. Por isso, o conhecimento é fundamental nesse processo”, defendeu.

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/pibicjr.jpgResultados em números

O  fomento à formação de capital humano por meio de bolsas concedidas pela fundação no período de 2003, quando a Fundação iniciou suas atividades, até agosto de 2012, já acumula 18.796 estudantes contemplados, sendo 6.513 dos ensinos Fundamental e Médio (PCE, Pibic Jr, Pró-Engenharia e RH-TI), cinco do ensino técnico (RH-Design), 9.608 na graduação (Paic, IC-Saúde e Paic Indígena 2.670 na pós-graduação sendo: 1.871 no mestrado e 799 no doutorado, por meio de 11 programas criados para este fim.

Um exemplo prático de que investir na educação básica e na graduação pode render bons frutos é a experiência da mestranda, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH-Posgrad Mestrado) Winnie Gomes da Silva, que teve o primeiro contato com a ciência ainda na Iniciação Científica (IC).

Silva explicou que contou com uma bolsa de IC da FAPEAM, entre 2008 e 2010. Na época, atuou no projeto ‘O papel da Educação Ambiental no Desenvolvimento Psicossocial Juvenil: uma avaliação do projeto Pequenos Guias’. Trabalho apresentado em 2011 num congresso de Psicologia em São Paulo (SP).

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/exemp.jpg“A experiência como bolsista de IC permitiu desenvolver e aprender sobre ciência na área de Educação Ambiental e Psicologia Ambiental. O resultado de tudo foi a aprovação no mestrado em Psicologia Cognitiva pela UFPE. Talvez se não tivesse tido as oportunidades proporcionadas pela FAP não estaria inserida no mundo científico para ajudar a construir um mundo, um Brasil e um Amazonas melhor”, destacou a mestranda.

Nesse sentido, a diretora-presidenta destaca que é necessário o investimento prévio educacional, estimulando aqueles que querem trilhar o caminho da formação científica e cita ainda o PCE como uma ação de grande envergadura, que oferta bolsas para alunos e para professores da Rede Pública de Ensino para que eles desenvolvam atividades voltadas para a educação científica no âmbito da Educação Básica.

Convergência com política nacional

Nesse sentido, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, destacou na última quarta-feira (05/12) a necessidade de um marco legal que favoreça a cooperação entre os setores público e privado. Ele participou de mesa-redonda destinada a um balanço da política industrial e tecnológica brasileira no 7° Encontro Nacional da Indústria (Enai), em Brasília.  

“No Brasil, a maioria das instituições que produzem conhecimento são públicas, enquanto as que transformam esse conhecimento em bens com valor econômico são privadas”, disse, diante de pergunta sobre os principais gargalos para o aumento da competitividade. “O marco legal para estabelecer essa parceria não está plenamente estabelecido. Temos preconceitos culturais, do ponto de vista legal, em trabalhar bem essa parceria”, afirmou.

O titular do MCTI já tinha dado ênfase a essa interação em suas falas anteriores no debate. Indagado sobre como promover tal aproximação, ele disse que as vontades das empresas e dos governos têm de convergir. “Estamos em belo momento para deslanchar (em competitividade)”, avaliou. “Não estamos a zero, e sim a meio caminho. Essa aproximação é um elemento importante para isso”. Raupp acrescentou que muitas empresas já usam a colaboração com institutos de pesquisa, dispondo da infraestrutura existente, como estratégia básica para incorporar tecnologia.

Para o ministro, o aumento progressivo que vem sendo realizado no leque de modalidades de financiamento permitirá um investimento privado maior em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), identificado por ele como uma mudança necessária.  

Recursos humanos

A qualificação de recursos humanos foi outro ponto central da discussão. O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira, elegeu esse como o gargalo número um para o aumento da competitividade. João De Negri também colocou a questão entre as três mais importantes.

Marco Antonio Raupp ressaltou o impacto do investimento educacional sobre a dimensão do conhecimento de modo geral. “Temos um déficit a superar. Não existe ciência e tecnologia sem educação”, disse. Ele citou engenheiros, tecnólogos e técnicos de nível Médio como formações demandadas pelo momento do País. Lembrou o programa Ciência sem Fronteiras, da parte do governo, e a reestruturação do Senai, da parte do empresariado, como medidas nessa frente. 

A Educação aparece, pela primeira vez, em levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) como o principal fator para a competitividade do País. A entidade, organizadora do encontro, apresentou as linhas gerais do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, em elaboração.

Ulysses Varela – Agência FAPEAM

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