Pesquisa sobre bactéria que acomete grávidas recebe Prêmio Heitor Vieira Dourado
04/11/2012 – A Fundação Amazônica de Defesa da Biosfera (FDB), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), realizou na última sexta-feira, 30/11, a entrega da primeira edição do Prêmio Heitor Vieira Dourado de Iniciação Científica (PHVD/IC). O evento, que aconteceu no Auditório da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), contou com a participação da diretora-presidenta da FAPEAM, Maria Olívia Simão, e da diretora técnico-científica da FAP, Andréa Waichman.
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A premiada nesta primeira edição do evento foi a estudante de Medicina, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Bárbara Pires Ihara, com a pesquisa ‘Ocorrência de Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas na Maternidade Balbina Mestrinho, Manaus/AM’.
O prêmio consiste no custeio da inscrição do vencedor em evento científico da área do trabalho apresentado, pagamento de passagem aérea e hospedagem. Além de entrega de placa metálica, diploma e de possível publicação da pesquisa em revista especializada.
Na avaliação da diretora-presidenta da FAPEAM, a relevância da primeira edição do prêmio tem grande destaque para o cenário da iniciação científica no Estado. "A jovem ganhadora deste prêmio tem a oportunidade de ser exemplo para os demais estudantes da área de saúde, em especial de Medicina Tropical, a concorrerem a este prêmio que se tornou um belo exemplo de estímulo à investigação científica", frisou.
A titular ainda ressalta o papel referencial do médico Heitor Vieira Dourado, que dá nome ao prêmio. "O prêmio traz a relevância da trajetória de um médico comprometido socialmente e de grande impacto em sua área de atuação. E, em nome da FAPEAM, estou muito feliz em apoiar essa iniciativa e esperamos que seja um prêmio de grande longevidade", informou.
O diretor executivo da FDB, José Seráfico de Assis Carvalho, explica que o prêmio tem por objetivo dar relevo ao trabalho de estudantes-pesquisadores e instituições a que são vinculados. "Por isso, privilegia os que se iniciam na carreira acadêmica e na pesquisa. Testemunha, com isso, sua rejeição às políticas em voga, quase todas voltadas à discriminação, sendo que os jovens são os que mais sofrem. Cumpre, assim, o legado deixado pelo falecido ex-presidente do Conselho Curador que dá nome ao Prêmio”, destacou.
Premiada
Ihara é graduanda em Medicina na Ufam e realizou sua pesquisa no Inpa, pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e com bolsa financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). "É muito gratificante receber o prêmio por todo o nosso esforço, todo o nosso trabalho, e ser reconhecido, porque não foi e não é fácil conciliar o trabalho de pesquisa com a faculdade de Medicina. Vê que tudo isso deu certo realmente é muito bom, muito gratificante", declarou Ihara.
A estudante pensa em usar o prêmio para apresentar o trabalho no Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, que será realizado em novembro de 2013, em Salvador.
Pesquisa
Ihara explicou que o estudo teve por objetivo analisar a ocorrência da bactéria Streptococcus agalactiae em gestantes da Maternidade Balbina Mestrinho. "A bactéria ocorre no trato gastrointestinal e há a possibilidade da gestante transmiti-la para o recém-nascido no momento do parto, sendo responsável por doenças como meningite e pneumonia na criança, muitas vezes levando ao óbito", explicou.
O tema vencedor do Prêmio Heitor Vieira Dourado é baseado na dissertação de mestrado do médico obstetra Dr. Carlos Henrique Esteves Freire, orientador de Ihara.
Sobre Heitor Vieira Dourado
Nascido em 3 de dezembro de 1938, o médico teve trajetória construtiva e dignificante, além de ter sido um ser humano dotado de invulgar generosidade. Ex-presidente do Conselho curador da FDB, Dourado destacou-se como um dos mais importantes especialistas em doenças tropicais de seu tempo. No Estado do Amazonas fez brilhante carreira e contribuiu decisivamente na fundação do Instituto de Medicina Tropical de Manaus (FMT/HVD), ainda nos anos 1970.
Janaina Karla – Agência FAPEAM