Mídia e políticas científicas são temas do Simpósio de Jornalismo Científico


28/11/2012 – Campos dos Goytacazes (RJ) – A relação da mídia com a política científica e tecnológica é a tônica das discussões que iniciaram nesta quarta-feira (28/11), no 2º Simpósio Nacional de Jornalismo Científico, no campus da Universidade do Estado Norte Fluminense (Uenf), na cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), o evento encerra nesta quinta-feira (30/11) e conta com a participação de jornalistas e pesquisadores de todo o País.

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src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/gra%C3%A7acaldas.jpgUma das conferencistas do evento, a pesquisadora e professora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade de Campinas (Unicamp), Graça Caldas, afirmou que houve um avanço significativo na cobertura sobre ciência nos últimos anos, por conta da busca dos jornalistas por uma formação mais aprofundada. Segundo ela, o jornalismo de ciência no Brasil já passou pela fase da falta de especialização dos profissionais de comunicação na área e agora tende a avançar para uma mudança estrutural no entendimento sobre o discurso do jornalismo científico.

“O jornalista não pode ser entendido como mero tradutor, mas que há a formação de um terceiro discurso, mediado pelo jornalista e pelo cientista. Isso é algo que os Estados Unidos já fazem e o Brasil está engatinhando”, afirmou durante a mesa-redonda com o tema ‘Quem deve ter voz em deliberações sobre política científica?’.

Caldas destacou ainda que há várias formas de dar voz às pessoas. Entre elas, estão as consultas públicas digitais previstas pela legislação brasileira; a Lei de Acesso à Informação; Mídia em Geral; e debates públicos. “Não é só discutir, é refletir e ensinar as pessoas aprenderem a pensar e a formular novas perguntas”, frisou.

/A coordenadora do portal Canal Ciência, Lena Ribeiro, em sua palestra intitulada ‘O caráter político da ciência e da comunicação sobre ciência’, afirmou que a relação de ciência e sociedade foi se modificando e aproximando num longo processo.

“Até que chegasse ao estágio atual, passou por concepções das mais diversas, e se deu por sucessivas convulsões até seu desnudamento diante das grandes guerras, endemias, pandemias e todo o sofrimento humano, dos físicos aos psicológicos, neste mundo de deprimidos, insones, bipolares, obesos mórbidos, anoréxicos, aos quais se somam os desastres e tragédias ecológicas”, afirmou.

O Canal Ciência é um portal de divulgação científica e popularização da ciência do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict).

 

Sobre o evento

/Na abertura do evento, a coordenadora do simpósio e gerente de comunicação da Uenf, Fúlvia D’Alessandri Muylaert, afirmou que a universidade não pode ficar fora dos debates a respeito da divulgação científica e política científica e tecnológica. “Esse é um tema não abordado de forma aprofundada pela grande mídia”, afirmou.

Segundo ela, a primeira edição do simpósio, realizada em 2009, trouxe importantes resultados para a universidade, tais como a formulação de novos produtos para o fortalecimento da divulgação das pesquisas científicas desenvolvidas no âmbito acadêmico.

De acordo com a comissão organizadora do simpósio, o que motivou a realização do evento é de que governos e sociedade finalmente se convenceram, no Brasil, de que o investimento em ciência e tecnologia é estratégico para o País, conferindo clareza quanto ao aspecto político envolvido na questão.

A programação do simpósio continua nesta sexta-feira (29/11), com a realização de minicursos, palestras, apresentações orais e mesas-redondas. O professor e pesquisador da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Cidoval Moraes de Sousa, e a diretora de redação da revista Com Ciência Ambiental, Cilene Victor vão falar sobre as articulações possíveis entre políticas tecnológicas federais, estaduais e municipais.

Cristiane Barbosa – Agência FAPEAM

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