Consumo de quelônios em Tefé é mapeado em pesquisa


27/07/2012 – São Luís (MA) – O hábito de consumir quelônios no Amazonas está mudando gradativamente graças aos programas de educação ambiental e à divulgação da legislação proibitiva dessa prática. Cada vez mais pessoas jovens em Tefé (distante a 523 km de Manaus) têm deixado de comer quelônios (bichos de casco) como tracajás, iaçás e tartarugas. Por outro lado, pessoas mais idosas ainda têm a preferência por esse tipo de refeição, apesar das proibições previstas em lei.

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A constatação foi feita a partir do estudo intitulado ‘O consumo e comercialização de espécies de Quelônios’, realizado pelo aluno do curso de Biologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Luzivaldo Júnior, sob a orientação da doutora em Zoologia, professora Luciane Lopes.

Essa foi umas das 42 pesquisas levadas à Sessão de Pôsteres da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no Maranhão, pelo Governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape).

Lopes informou ainda que a pesquisa identificou que as pessoas mais velhas são as que ainda mantêm o hábito de comer quelônios, enquanto os mais jovens estão perdendo esse costume devido à divulgação na mídia, referente à educação ambiental.

“Os programas de educação ambiental que têm na cidade, as mídias e a divulgação da legislação que proíbe esse consumo, estão reduzindo o número das faixas etárias, que ainda se alimentam dessas espécies, mas ainda assim existe um consumo grande e a comercialização. Temos que combater ainda mais esses índices para a preservação ambiental”, pontuou.

/Conforme a professora, ações de educação ambiental são fundamentais para não haver o comprometimento de algumas espécies na geração futura.  “A conexão entre o conhecimento científico e o empírico oferece várias oportunidades de ampliar as informações disponíveis sobre as espécies mais ameaçadas pela caça ilegal na região e de integrar as mesmas estratégias de uso sustentável destes recursos”, finalizou.

Ela destacou que, nos países que possuem florestas tropicais, os animais silvestres são utilizados para diversas finalidades, desde alimentação, atividades culturais, comércio de animais vivos, parte deles ou subprodutos, para diversos fins e possivelmente uma múltipla combinação destes fatores. A professora explicou que a carne e os ovos dos quelônios aquáticos são considerados uma iguaria na culinária amazônica, em geral.

Levantamento

A pesquisa foi feita com 100 pessoas, sendo que 50 afirmaram que têm o costume de consumir a carne de quelônios (bichos de casco) como, por exemplo, tartaruga, tracajá e outros. Dentre as espécies mais consumidas destaca-se o tracajá, com 43%, seguido do iaçá, com 32% e a tartaruga com 25%.

Metodologia

No estudo, foram levantadas informações sobre a caracterização do consumo de quelônios pela população de Tefé, região do Médio Solimões, no Estado do Amazonas.

A coleta de dados foi feita nos meses de outubro e novembro de 2011, no munícipio de Tefé. Ao todo, foram realizadas entrevistas com 100 pessoas de diferentes idades e grupos sociais quanto às práticas cotidianas do consumo de quelônio por meio de questinários.

Sobre o Pape

Esse programa consiste em apoiar, com passagens aéreas, pesquisadores e estudantes de graduação ou pós-graduação, para apresentarem trabalhos em eventos científicos e tecnológicos nacionais e internacionais.          

Foto1: Tracajá é a espécie mais consumida em Tefé (Foto: Reprodução)                                                                             

Por Esterffany Martins
Edição: Cristiane Barbosa – Agência FAPEAM

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