Vice-presidente da Conservation International fala sobre a conservação de primatas, em Manaus
Russel Mittermeier, palestrou para um público de quase 400 pessoas, na última segunda-feira (09/11), no Congresso Brasileiro de Primatologia
Considerado um líder mundial na área da biodiversidade e conservação da floresta tropical, o vice-presidente da Conservation International, Russel Mittermeier, palestrou para um público de quase 400 pessoas, na última segunda-feira (09/11), em Manaus, sobre a conservação de primatas.
A palestra foi realizada na abertura do 16° Congresso Brasileiro de Primatologia, que encerra sexta-feira (13/11), na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O evento é realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).
Com o tema “Conservação e desenvolvimento: desafios e oportunidades para a primatologia?”, o Congresso reúne especialistas de diversas partes do mundo para uma discussão sobre a integração do desenvolvimento urbano de forma compatível com a conservação dos recursos naturais.
Para Mittermeier, que é presidente da International Union of Conservation of Nature (IUNC)/Species Survival Commission (SSC) e do Grupo de Especialistas em Primatas, o conhecimento da diversidade primatológica é essencial para se fazer a conservação. A Conservation International é uma organização internacional dedicada ao uso sustentado da biodiversidade.
“Estamos numa época de descoberta de novas espécies comparada com o século 19”, disse. Segundo ele, baseado nos estudos dos últimos dois anos, hoje, no mundo, são conhecidos 17 famílias de primatas, 76 gêneros, 507 espécies e 702 táxons (espécies e subespécies).
De acordo com o ativista, a grande explosão de descobertas de novas espécies para a ciência é Madasgascar. Em 1994, quando o Grupo de Especialistas em Primatas fez o primeiro guia de lêmures havia 50 dessa espécie. Em 2006, quando fizeram outro guia, havia 71; em 2010, 101; em 2014, 105; e agora, 107 espécies.
Na palestra, o ativista falou das ameaças que os primatas enfrentam no mundo. Segundo ele, uma delas é a agroindústria, com a destruição de grandes áreas para o cultivo de cana de açúcar e dendê, principalmente, no sul da Ásia. Outra ameaça é a extração de madeira, especialmente, na Amazônia.
Sobre o sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), Mittermeier ressaltou o fato de ser uma espécie criticamente ameaçada de extinção, mas “felizmente é um animal que se adapta relativamente bem à situação urbana”. Segundo ele, é preciso fazer um esforço especial para conservação da espécie.
Participaram da mesa de abertura o professor Hideraldo Lima da Costa, representando a reitora da Ufam, Marcia Perales Mendes; a pesquisadora do Inpa, Rita Mesquita, representado o diretor do Inpa, Luiz Renato de França; e o presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia e pesquisador do Inpa, Wilson Spironello.
Fonte: Inpa
Muito bom o artigo. Esse tipo de iniciativa, esta palestra, deveria ser mais divulgada, talvez até transmitida pela internet, com o objetivo de atingir um público maior. Muitas espécies são descobertas, mas isso não compensa as que estão sendo extintas a cada dia.