Agência FAPEAM tem destaque no Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
18/11/2011 – Rio de Janeiro – RJ – A prática da divulgação de pesquisas voltadas para o meio ambiente no Amazonas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) foi destaque no 1º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental realizado no âmbito do 4º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA), que ocorre desde a quinta-feira, 17 de novembro, e vai até sábado, 19 de novembro, na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro.
Com o tema ‘Amazonas Faz Ciência: a divulgação da temática ambiental na Agência Fapeam’, a pesquisa foi apresentada pela chefe do Departamento de Difusão do Conhecimento (Decon) da FAPEAM, jornalista Cristiane Barbosa, mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
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Segundo Barbosa, o trabalho teve o objetivo de verificar a prática do jornalismo ambiental no Amazonas, observando a contribuição da divulgação da temática ambiental por meio do site da FAPEAM.
“Para a análise, buscou-se mapear as notícias produzidas com a temática ambiental em 2011, verificando as principais temáticas abordadas por essa mídia especializada e a circulação na mídia das mesmas. O site foi escolhido por se tratar de um dos principais veículos institucionais de divulgação científica e ambiental no Amazonas, que serve de fonte para municiar a imprensa de informações sobre pesquisas científicas referentes à temática”, explicou.
O material analisado, bem como a relação de palavras-chaves detectadas nas análises das matérias e a circulação do material enviado à imprensa, permitiu concluir que a Agência FAPEAM prioriza entre os diversos temas abordados no âmbito da Ciência, Tecnologia e Inovação, o interesse pelo tema ambiental, tanto do ponto de vista quantitativo quanto do ponto de vista qualitativo, devido a diversidade de assuntos abordados. “As transformações proporcionadas pela produção científica e tecnológica propiciam novas formas de interação, de ativismo social, de geração e de difusão do conhecimento”, afirmou.
Com base no sistema de gerenciamento de indicadores do portal da Fundação, verificou-se que de janeiro a setembro, ocorreram 794.285 visualizações no período de janeiro a setembro de 2011. Além disso, as matérias veiculadas no site, relacionadas à temática ambiental circularam em diversas mídias impressas locais e em sites nacionais de grande notabilidade como: O Eco, Portal do MCTI, Jornal da Ciência, Globo Amazônia, entre outros.
Além disso, verificou-se que, ao todo, foram registradas 434 inserções de notícias em publicações impressas e em sites, dessa forma concluiu-se que a Agência FAPEAM é um dos principais indutores da divulgação científica de pesquisas ambientais da Região Norte do País.
Cresce interesse por ciência e meio ambiente na mídia
De acordo com a autora, no Brasil o interesse por informações sobre ciência tem crescido gradativamente, conforme aponta a pesquisa intitulada ‘Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil’, promovida e realizada em 2010 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com a colaboração da Unesco e coordenada pelo Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia e Museu da Vida/Fiocruz.
“No levantamento – que já havia sido realizado em 2006, pelo mesmo grupo de pesquisa e em 1987 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) –, 83% dos entrevistados afirmam ter interesse por temas relacionados ao meio ambiente. Em 1987, somente 20% dos entrevistados na pesquisa promovida pelo CNPq alegavam se interessar pelo tema; em 2006, essa percentagem passou para 41%”, afirmou Barbosa.
Em entrevista ao site Instituto Ciência Hoje (2011), um dos coordenadores da pesquisa, o físico Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do MCT, disse que esses dados refletem a presença que a ciência conquistou no cotidiano do brasileiro, sendo consequência de um momento econômico em ascensão vivido pelo País e também do maior acesso à informação via internet e TV.
Quando o assunto é medicina, esse percentual é de 81%. É importante ressaltar que todos esses percentuais aumentaram desde 2006, mas a questão ambiental foi a que mais conquistou adesões. Na última pesquisa, o tema cativava o interesse de 58% dos entrevistados.
Apesar do aumento do interesse e do acesso à informação, por meio da televisão e da internet, a grande maioria dos brasileiros tem pouco conhecimento na área. Para se ter uma ideia, apenas 15% citou uma instituição científica importante no Brasil e poucos puderam indicar o nome de um cientista famoso, ou seja, ainda é preciso investir muito na expansão do conhecimento científico.
Do público analisado, mais de 2 mil pessoas em todo o País, entre homens e mulheres da faixa com idade igual ao superior a 16 anos, 52% veem programas de TV sobre C&T com pouca frequência, 29% nunca assistem e 19% veem com muita frequência; Já na internet, 65% nunca leem sobre Ciência e Tecnologia, 21% leem com pouca frequência neste meio e 13% com muita frequência contra 9% em 2006. Esse talvez seja um indicativo do crescimento do acesso da grande massa à internet nos últimos anos, ainda que de forma tímida.
Sobre CBJA
Os congressos realizados pela Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA) são espaços de interação entre a rede e todos que atuam com pautas socioambientais no Brasil. O primeiro congresso, realizado em Santos-SP, 2005, foi o início de um debate sobre o papel do profissional de imprensa em relação ao meio ambiente e à sustentabilidade. Esse debate continuou em duas outras oportunidades, Porto Alegre, 2007, quando o tema foi mudanças climáticas e Cuiabá, 2010, com o tema desenvolvimento e meio ambiente.
Nestes seis anos as pautas ambientais vêm ganhando cada vez mais repercussão no cenário jornalístico. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a ser realizada em junho de 2012, reacendeu no País o tema nas editorias dos grandes veículos e fortaleceu as pautas ambientais nos veículos especializados. A pauta ambiental saiu do nicho natureza ou simples denúncia para incorporar a necessidade de um novo processo civilizatório, de uma nova governança, onde os paradigmas de produção e consumo são questionados.
Agência FAPEAM