Começam aulas de licenciatura intercultural indígena
Foi realizada na segunda-feira (17/08) a aula inaugural do curso de Licenciatura Intercultural Indígena da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O projeto pedagógico do curso reforça a interculturalidade dos conhecimentos tradicionais com os científicos. A aula foi transmitida para 51 municípios do Amazonas, por meio do Sistema Presencial Mediado da UEA. O sistema conta com o apoio do Centro de Mídias da Secretaria de Educação do Estado (Seduc).
Há oito anos atuando na educação, a professora assistente Dassuane Reis disse que é preciso assumir a postura intercultural do curso para que ele possa vir ao encontro das políticas indígenas. Professora de uma turma com 50 alunos na capital, Reis observou que é preciso fazer o diálogo com outras cultura e a comunidade focalizando as dificuldades para poder superá-las.
Egresso da primeira turma do curso Normal Superior da UEA, Prisco Junior afirmou que tem como perspectiva atuar na educação indígena. Após passar pelo Normal Superior, Junior salientou está pronto para o novo desafio. “Trabalho na rede municipal de ensino há quatro anos e na educação de jovens e adultos. Sempre procurei atuar de forma interdisciplinar e intercultural explorando a questão indígena utilizando a cultura, arte e a música. O curso vem ao encontro da valorização da nossa identidade amazônica”, lembrou.
Para a reitora Marilene Corrêa, a UEA dá mais um passo no processo histórico de superação da geografia, na medida em que é um programa realizado onde há mais dificuldades de acesso, onde há mais populações isoladas. “O curso inaugura um outro cenário, de que os índios e seus parceiros não-índios possam ser os próprios sujeitos da sua escolarização”, destacou.
Corrêa enfatizou que o curso “permitirá a reflexão de nossos pedagogos e educadores sobre a própria pedagogia ocidental. Vai permitir aos campos disciplinares não só incluir a temática da educação indígena no universo das suas preocupações, mas vai fazer questionar sobre abordagem, conteúdo, forma e especialmente dos resultados esperados do processo pedagógico”, completou.
O presidente do Conselho Estadual de Educação Indígena, Domingo Sávio Camico, disse que é preciso aproveitar o momento para poder ter êxito. Com isso, obter boas experiências para prosseguir com esse programa audacioso. “Hoje, temos a clara consciência de que a qualidade de ensino das escolas indígenas depende da formação dos professores indígenas. O curso vem atender essa demanda que há muito tempo temos reivindicado”, afirmou.
Primeiro módulo
Os alunos irão aprender o funcionamento e uso da plataforma que vai ser utilizada no desenvolvimento do curso, observando os princípios que norteiam o Projeto Político-Pedagógico da Formação de Professores Indígenas da UEA. O primeiro passo consiste na compreensão e identificação da importância dos avanços tecnológicos no processo da comunicação, analisando criticamente esses avanços e identificando os benefícios que eles podem trazer para as comunidades indígenas.
Luís Mansuêto – Agência Fapeam,
com informações da UEA