Editora Curt Nimuendajú lança a mais ampla coletânea sobre línguas Tupí
A Editora Curt Nimuendajú lançou, no início de julho, o livro Línguas e Culturas Tupi – Volume I, organizado pelos lingüistas Ana Suelly Arruda Câmara Cabral e Aryon Dall´Igna Rodrigues, na Universidade de Brasília (UnB) e na Universidade de Campinas (Unicamp). A obra, que reúne cerca de 40 contribuições de antropólogos e lingüistas de todo o mundo, é a mais ampla coletânea de trabalhos sobre línguas Tupi já lançada no Brasil.
Línguas e Culturas Tupi – Volume I é resultado de um esforço dos organizadores em reunir dados inéditos sobre a pré-história e história das línguas e culturas Tupi (tronco lingüístico), bem como dos diversos aspectos culturais e lingüístico da realidade desses povos.
De acordo com Wilmar D´Angelis, lingüista e professor da Unicamp, a obra concretiza a associação de estudiosos da antropologia e da lingüística de diferentes orientações teóricas, num esforço de cooperação para a ampliação e consolidação do conhecimento científico sobre os povos indígenas de filiação Tupí.
A coletânea traz três trabalhos que traçam visões ou apanhados panorâmicos. Cinco que constituem abordagens gerais e abrangentes para determinada sociedade, tronco, família ou região lingüística. Outros seis trabalhos são na área da Antropologia (sobre Kamaiurá, Zo´é, Sateré-Mawé, Avá-Canoeiro, Nhandewa e Mbyá-Guarani), dois em Lingüística Antropológica (sobre Xetá, Amondawa).
Trabalhos como os dos antropólogos Waud Kracke e Betty Mindlin, e dos lingüistas Aryon Rodrigues, Lucy Seki, Frank Brandon, Ana Suelly Cabral, Beatriz Corrêa da Silva, Maria Risoleta Julião e Marina Magalhães.
Constam ainda, 20 ensaios abordando aspectos de línguas (ou grupos de línguas) específicas (Anambé, Asuriní, Avá-Canoeiro, Emérillon, Guajá, Guarani, Ka´apor, Makurap, Mundurukú, Sateré-Mawé, Tapirapé, Tembé, Tenetehára, Tuparí, Tupinambá, Xetá, Yúki, Ko´é).
Entre tantos e relevantes artigos, há um que deve receber atenção especial. O artigo crítico da professora Marília Facó Soares, do Museu da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sobre todos os estudos publicados, serve de orientação aos leitores.
A obra contribui ainda, por revelar obras sobre a participação de povos indígenas da Amazônia no tronco lingüístico, como “A posição histórica dos Parintintin na evolução das culturas Tupi-Guaraní”, do antropólogo Waud Kracke.
A publicação da Editora Curt Nimuendaju teve o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Institut de Recherche pour le Développement (IRD), da França. O livro poderá ser adquirido pelo e-mail da editora (pedidos@curtnimuendaju.com), a partir de 15 de julho e nas festas de lançamento.
Editora Curt Nimuendajú
A Editora Curt Nimuendajú, criada em 2006, está voltada prioritariamente à publicação de obras relacionadas aos povos indígenas do Brasil, nas áreas de etnologia, etnografia, história, lingüística, indigenismo e educação.
O nome da editora é em homenagem a Curt Nimuendajú, nascido Kurt Unkel (1883-1945), o mais importante etnógrafo brasileiro (naturalizado em 1921, com o nome recebido dos Apapokuva-Guarani em 1906).
Lançamento
O próximo ato oficial de lançamento de Línguas e Culturas Tupi – Volume I será durante a VII Reunião de Antropologia do Mercosul (RAM), de 23 a 26 de julho, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre.
Primeiramente, a obra foi lançada no dia 04 de julho, no Laboratório de Línguas Indígenas (LALI) da Universidade de Brasileira (UnB), por ocasião do aniversário de um dos organizadores do livro, Aryon DallÍgnar Rodrigues, coordenador do LALI.
Na Unicamp, o lançamento aconteceu no dia 10 de julho, durante a Feira Cultura e Artística do VII Encontro sobre Leitura e Escrita em Sociedades Indígenas, evento do 16º Congresso de Leitura do Brasil (COLE).