Estudo avalia resultados do Programa Bolsa Floresta em RDS do Uatumã
12/12/2012 – Uma pesquisa, concluída em 2010, constatou que o Programa Bolsa Floresta tem trazido significativas contribuições sociais, econômicas e ambientais para as comunidades da RDS do Uatumã no Amazonas.
O trabalho, que verificou os efeitos do Programa Bolsa Floresta em comunidades ribeirinhas da Amazônia, tem como título ‘O Programa Bolsa-Floresta: A Recompensa Financeira aos Guardiões das Florestas nas Unidades de Conservação do Estado do Amazonas’ e foi desenvolvido pelo mestre em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e pesquisador Jander Cardenes Santos.
O pesquisador explica que a intenção foi discutir a política governamental, averiguando as mudanças no modo de vida nas comunidades rurais e simultaneamente, as atividades agrícolas que possibilitem manter a floresta em pé.
“Para isso, desenvolvemos a pesquisa em três comunidades: Nossa Senhora do Jacarequara, Nossa Senhora do Livramento e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Maracaranã, entre as 20 existentes na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uatumã, localizada nos municípios de São Sebastião do Uatumã, Itapiranga e Presidente Figueiredo a cerca de 320 quilômetros de Manaus, onde o programa se desenvolve e onde já existe um Plano de Manejo”, disse Santos.
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A pesquisa contou com o apoio do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa Institucional de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu (Posgrad).
Santos explica que o estudo teve como objetivo verificar os efeitos do Programa Bolsa Floresta sobre o modo de vida das famílias de produtores rurais nas comunidades tradicionais das Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, assim como a sua contribuição para a manutenção da floresta em pé e a sua relação com as discussões das mudanças climáticas globais.
Na prática, a pesquisa aborda o processo de criação e implementação das unidades de Conservação no Estado do Amazonas e destaca a relevância do papel das comunidades tradicionais nas Unidades de Conservação (UC), apontando a estreita e tradicional dependência dos recursos biológicos de muitas comunidades locais com estilo de vida tradicional. Faz também um levantamento dos aspectos socioambientais que envolvem as comunidades: Santa Luzia do Jacarequara, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do Maracaranã e Nossa Senhora do Livramento, e suas relações com o Programa Bolsa-Floresta.
“Tentamos apontar os alcances e limites do processo de transformação no modo de vida daquelas populações envolvidas. Comparamos os componentes: Renda, Social, Familiar e associação na forma como são apresentados diante das vozes dos principais atores que presenciam e vivem seus efeitos. Destacamos ainda as políticas públicas existentes no local, sua relação com o ambiente e a organização política”, enfatizou.
Segundo o pesquisador, o apoio da FAPEAM foi fundamental para a conclusão do estudo. “Penso que sem o apoio da FAPEAM minha pesquisa não teria sido concluída com êxito, na verdade as políticas da FAPEAM se consolidam como políticas de estado, dessa forma tem fundamental importância para o desenvolvimento da ciência na Amazônia”, finalizou.
Sobre o Bolsa Floresta
O Bolsa Floresta é um programa do Governo do Amazonas que visa reconhecer, valorizar e compensar as populações tradicionais e indígenas do Estado que são os guardiões da floresta que se encarregam de conservar as florestas, rios, lagos e igarapés. O Programa Bolsa Floresta foi construído de forma participativa, com ampla discussão com instituições governamentais e não governamentais do Amazonas. O dinheiro para o pagamento dos benefícios vem dos juros dos recursos existentes no Fundo Estadual de Mudanças Climáticas. Este benefício será repassado para quem ajudar a não desmatar.
Sobre o Posgrad
O Programa Institucional de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu consiste em apoiar, com bolsas de mestrado e doutorado, e auxílio financeiro, as instituições localizadas no Estado do Amazonas que desenvolvem programas de pós-graduação Stricto Sensu credenciados pela Capes.
Rosa Doval – Agência FAPEAM