Ex presidente da Fapemat avalia positivamente as parcerias interestaduais
Antônio Carlos Camacho entregou no último dia 12 desse mês a presidência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso. Como saldo, deixou uma entidade organizada e pronta para investir ainda mais em C&T
No decorrer dos últimos anos, ficou evidente o papel das Fundações de Amparo à Pesquisa atuando na definição de uma política científica e tecnológica para os Estados e dando visibilidade nacional às demandas regionais inerentes a essas áreas.
A gestão das diretorias das FAPs é acompanhada de perto pela comunidade científica e pela sociedade civil. Esse feedback é essencial para se fazer cumprir a missão institucional dessas entidades públicas, que, segundo a Constituição de 1988, é promover o fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica, gerando desenvolvimento social. Selado o compromisso, certamente o legado deixado por uma gestão será positivo.
É com esse sentimento de dever cumprido que o ex presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), Antônio Carlos Camacho, deixa o cargo, para sucessão de João Carlos de Souza Maia, empossado no último dia 12 desse mês.
"Quando assumimos, as ações desenvolvidas pela gestão anterior eram insuficientes e os investimentos em pesquisa eram em torno de 11 milhões. Na nossa gestão, esse valor foi para 17 milhões. Também aumentamos o fomento à pós-graduação,;antes eram quatro programas apoiados pela FAP, hoje são 24. Portanto, nossa participação foi extremamente importante para o desenvolvido da pesquisa no Estado”, avalia Camacho, que esteve à frente do cargo desde 2003.
Segundo ele, o foco de sua gestão foi a formação de recursos humanos “pois é lá onde tudo acontece, onde se preparam os futuros mestres e doutores”. O incremento de recursos destinados à área, repercutiu, de acordo com Camacho, evidentemente, no progresso da própria pesquisa realizada no Mato Grosso. “Também atuamos no apoio à pesquisa, inovação e tecnologia e na popularização da ciência por meio dos editais e da publicação de revistas”, reforça. Prova de que os trabalhos de fomento geraram bons resultados, atualmente, uma média de 450 projetos está em andamento, todos com financiamento da Fapemat.
Entre as áreas mais carentes, Camacho, indica que, apesar de todas as ciências merecerem a devida atenção, conhecimentos gerados nos campos da pedagogia, da comunicação e da saúde são de primeira necessidade. “Se eu fosse escolher, dentre todas as áreas, fico com as humanas. Eu voltaria tudo para educação”, ressalta ele.
Redes de Pesquisa
O ano passado foi marcado pela consolidação de parcerias interestaduais de grande porte. A Rede de Pesquisa em Malária é um exemplo desse nível. Em 2009, a experiência provou que veio para ficar, com as primeiras discussões sobre a implantação da Rede de Biocosméticos, prestes a ser lançada. Entre os resultados dessas iniciativas, o fortalecimento das pesquisas temáticas animou as perspectivas de se apresentar soluções para as demandas sociais que cobram da ciência respostas imediatas.
“Acho a proposta das pesquisas em rede super importante para popularização da ciência. Quando o diretor presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Odenildo Sena, me convidou para participar da Rede Malária aceitei e concordo com tudo o que ele diz a respeito dessa união. Acredito que juntar o conhecimento produzido por um Estado com o de outro maximiza o uso dos recursos e facilita a realização de vários projetos, ajudando a minimizar o problema ainda existente que é a falta de informação por grande parte da população”, comemora o pesquisador.
Questionado sobre a sua expectativa em relação à nova gestão da Fapemat, Camacho lembra que o grupo que assume receberá uma FAP com as atividades em ordem e em plena atividade.
“Tivemos um grande papel no desenvolvimento do Estado. A Fundação tem 11 anos de atividades desenvolvidas e nesses seis últimos anos posso dizer que muito foi feito. Para se ter idéia, estamos com um projeto apoiado pela FAP sobre a ferrugem da soja [praga agrícola, causada por um fungo] que ira gerar muita renda para o Mato Grosso”, garante ele.
Grace Soares – Agência Fapeam